Debate é última chance para Ciro, Alckmin e Marina
De acordo com o último levantamento do Ibope, Jair Bolsonaro (PSL) estacionou nos 28% e Fernando Haddad (PT) subiu de 19% para 22%
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2018 às 06h11.
Última atualização em 26 de setembro de 2018 às 07h14.
A onze dias do primeiro turno, os candidatos se encontram nesta quarta-feira em um debate decisivo para a esperança de muitos. A grande questão em aberto é se ainda há espaço para uma mudança, ou se os dois líderes das pesquisas, não importa o que aconteça hoje ou nos próximos dias, já estão garantidos no segundo turno.
Segundo o último levantamento Ibope divulgado nesta terça-feira, Jair Bolsonaro (PSL) estacionou nos 28% e Fernando Haddad (PT) subiu de 19% para 22%. Em outro patamar, os outros candidatos ao Planalto enfrentam dificuldades: Ciro Gomes (PDT) manteve os 11% do levantamento anterior; Geraldo Alckmin (PSDB) subiu apenas 1 ponto percentual e permanece abaixo dos dois dígitos, com 8%; Marina Silva (Rede) perdeu 1 ponto, caiu para 5%.
Para eles, o debate desta quarta-feira (26) no SBT, realizado em parceria com o site UOL e o jornal Folha de S.Paulo às 17h45, pode render um fôlego extra ou terminar por sepultar suas chances de chegar ao segundo turno. Segundo especialistas, a cada dia que passa a chance de se mostrarem destinatários de voto útil fica mais remota. Será o antepenúltimo debate antes do 7 de outubro, depois, só faltarão o da Record (dia 30) e o da Globo (dia 4).
Alckmin deve continuar dividindo seus ataques entre o PT e Bolsonaro que, ainda internado no hospital Albert Einstein, não comparecerá. O tucano aposta na estratégia de apelar ao voto útil do eleitor para atrair os eleitores antipetistas que hoje declaram voto em Bolsonaro. O mote é que o capitão reformado não é capaz de derrotar Haddad no segundo turno.
“Essas candidaturas folclóricas não resistem ao segundo turno. Tudo que o PT quer é o Bolsonaro no segundo turno”, afirmou em entrevista ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan, nesta terça.
A dúvida maior é como Marina Silva e Ciro Gomes vão se comportar. Ambos candidatos têm destinado a maior parte de seus ataques ao candidato do PSL, permitindo que Haddad, pouco criticado pelos adversários, avance cada vez mais nas pesquisas.
Marina Silva deu a letra de que deve reforçar suas críticas ao PT nesta terça, durante sabatina no Twitter, ao dizer que “não faz sentido” relacioná-la ao partido. “Fui do Partido dos Trabalhadores, ajudei a fundar o PT, mas saí em 2009 exatamente por discordar dos rumos que o partido estava tomando”, afirmou. Ontem, o pedetista afirmou que o “povo ainda não decidiu” e que a “eleição ainda está aberta”.
Outra incógnita é a estratégia de Fernando Haddad (PT) para o debate. Até aqui, ele vem apostado no perfil “paz e amor”, mas no PT há um grupo que pressiona por críticas mais contundentes a Bolsonaro. Uma coisa é certa: ausente no debate de hoje, Bolsonaro deve ser o alvo preferido dos adversários. A trégua dada após o ataque sofrido por ele ficou definitivamente para trás.