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Debandada: servidores do Banco Central começam a deixar cargos de chefia

Após movimento similar por parte da Receita Federal, funcionários do BC reagem a aumento garantido pelo presidente Jair Bolsonaro a policiais federais, sem contemplar outras categorias

Prédio do Banco Central em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

Prédio do Banco Central em Brasília (Adriano Machado/Reuters)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 17h28.

Última atualização em 3 de janeiro de 2022 às 17h34.

Servidores que ocupam posições de chefia no Banco Central começaram a entregar os cargos nesta segunda-feira, 3, depois de movimento similar por parte de funcionários da Receita Federal. A demanda, nos dois casos, é a mesma: reajuste salarial. O Orçamento de 2022 prevê reposição apenas para policiais federais, a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

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O BC conta com 500 cargos comissionados, segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal). A entidade ainda não sabe dizer quantos vão aderir ao movimento. Abrir mão do cargo comissionado não significa pedir demissão. O funcionário público apenas deixa a posição de chefia, o que pode comprometer as atividades do órgão.

Os servidores do BC querem uma reunião com o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, para tratar do assunto. “O momento exige, obviamente, uma priorização, a fim de não se perder o foco: a prioridade será a reestruturação, com reajuste salarial, dos cargos de analista e técnico”, diz o Sinal, em nota publicada no site da entidade.

Mesmo avisado sobre as possíveis reações negativas à ideia, o presidente Jair Bolsonaro pediu que fosse incluído no Orçamento deste ano 1,74 bilhão de reais para aumentos para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes do Departamento Penitenciário Nacional, o que desagradou servidores de categorias que não foram contempladas.

As respostas foram quase imediatas. Servidores da Receita Federal começaram a debandada logo após a votação do Orçamento, em dezembro. Até agora, 951 auditores fiscais entregaram os cargos de chefia. A adesão à paralisação da categoria ultrapassa 90% dos efetivos, segundo o Sindifisco, sindicato que representa os auditores.

O movimento tem ganhado força. Na quarta-feira, dia 29, servidores aprovaram uma paralisação, marcada para 18 de janeiro, com o objetivo de pressionar por reajuste salarial. A decisão foi tomada pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), que representa mais de 200.000 funcionários públicos.

Em novembro de 2021, contra as recomendações do Ministério da Economia, Bolsonaro prometeu reajustes para os servidores federais, caso a PEC dos Precatórios fosse aprovada. O texto foi promulgado em dezembro, mas apenas os policiais foram beneficiados. O presidente não voltou a comentar a possibilidade de aumento para outras categorias.

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