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Dados sobre vacinas estavam incorretos, confirma Queiroga à CPI da Covid

Segundo Queiroga, 430 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 estão efetivamente contratadas

CPI da Covid: o número atualizado pelo ministro é menor que o anunciado (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

CPI da Covid: o número atualizado pelo ministro é menor que o anunciado (Jefferson Rudy/Agência Senado/Flickr)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 6 de maio de 2021 às 13h33.

Última atualização em 6 de maio de 2021 às 14h15.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira, 6, que há 430 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 contratadas, e não 560 milhões, como havia sido divulgado anteriormente em peças publicitárias pelo governo, nem os 280 milhões informados pelo Ministério da Saúde nesta semana

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, Queiroga afirmou que as informações anteriores eram “imprecisas” e foram passadas por um técnico da pasta. O ministério informou esta semana ao deputado Gustavo Fruet (PDT-PR) que havia 280 milhões de doses contratadas.

A informação foi prestada “de maneira imprecisa”, sem considerar as vacinas da Fiocruz, cujo acordo é feito por transferência de TED, não por contrato, explicou Queiroga. “Essas doses da Fiocruz não foram ali consideradas, de tal maneira que o Ministério da Saúde vai fazer uma retificação dessa informação que foi prestada de maneira imprecisa à Câmara", disse. 

“430 milhões estão contratados”, reforçou Queiroga, que garantiu que as doses da Fiocruz estão asseguradas, mesmo sem contrato. “O contrato da AstraZeneca é uma encomenda tecnológica que foi feita com a Fiocruz e, portanto, se reveste de características distintas”, explicou.

Pfizer

Queiroga também confirmou que o ministério está “na iminência” de fechar um novo acordo com a Pfizer para a aquisição de mais 100 milhões de doses da vacina, além das 100 milhões já garantidas. “Está só nas finalizações legais, o que seria um aporte adicional muito importante para o nosso programa de vacinação”, disse.

Queiroga evitou responder sobre as compras não concretizadas no ano passado, de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer, alegando que não estava à frente do ministério na época. “Não tenho como precisar se houve demora, porque não participei dessas discussões, dessas tratativas que foram feitas no ano passado", afirmou.

O ministro ressaltou que a relação com a Pfizer é “muito boa”, sem “nenhum tipo de problema”, e voltou a mencionar as negociações por mais doses.Nós temos a possibilidade concreta de termos mais 100 milhões de doses da Pfizer, sendo 35 milhões de doses já no mês de setembro”, disse Queiroga. 

Covax Facility

“Essa questão da Pfizer, a questão jurídica já foi superada. Do ponto de vista objetivo, nós já temos a vacina da Pfizer no Brasil”, observou Queiroga. Ele também lembrou que foi possível contornar o atraso das doses previstas pelo consórcio Covax Facility após conversas com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Nós não conseguimos adiantamento do Covax Facility. Ele já era para ter nos entregue essas doses em janeiro. O que fizemos foi dialogar com o presidente da OMS, com a representação da Opas aqui no Brasil. O cenário epidemiológico do Brasil é muito grave, então, conseguimos que essas doses, que deviam ter sido entregues em janeiro, fossem entregues agora”, explicou.

“Fizemos um acordo com a Covax Facility para que eles nos entregassem 10 milhões de doses e nós não recebemos. Então, o fato de assinar o contrato não quer dizer que essas doses serão entregues”, ponderou o ministro. 

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