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Dados fracos na China reforçam importância dos Brics

As bolsas na Ásia e na Europa operaram em baixa com a notícia de que as economias da China, do Japão e da Alemanha estão crescendo em ritmo lento

Os presidentes do Brics: o Brasil chegou a falar em acordo de livre comércio com a China (Alan Santos/Flickr)

Os presidentes do Brics: o Brasil chegou a falar em acordo de livre comércio com a China (Alan Santos/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2019 às 07h01.

Última atualização em 14 de novembro de 2019 às 07h41.

São Paulo — O segundo dia da cúpula dos Brics, em Brasília, acontece logo após reiteradas notícias de que a guerra comercial entre China e Estados Unidos está ferindo a economia global. As bolsas na Ásia e na Europa operaram em baixa com a notícia de que as economias da china, do Japão e da Alemanha estão crescendo em ritmo lento.

Na China, a produção industrial teve alta de 4,7% em outubro, ante previsão de 5,4%, o pior resultado desde que a agência Reuters começou a divulgar este indicador, em 1996. Enquanto isso, manifestantes voltaram a paralisar parcialmente Hong Kong pelo quarto dia seguido, fechando escolas e bloqueando estradas.

Na Europa, a Alemanha anunciou crescimento de apenas 0,1% no terceiro trimestre, evitando um segundo trimestre de contração, o que configuraria recessão, mas reforçando o tamanho das dificuldades que a maior economia da Europa enfrenta.

O leve crescimento apresentado hoje, segundo analistas, pode fazer com que o país adie medidas para impulsionar investimentos, o que tende a levar a um novo trimestre de marasmo. As perspectivas para o país continuam nebulosas, com o Fundo Monetário Internacional prevendo crescimento alemão abaixo da média europeia para 2020.

A economia global seguirá caminhando em ritmo lento enquanto as negociações sem fim entre China e Estados Unidos não forem encerradas. Nesta quinta-feira, o ministro do comércio chinês Gao Feng afirmou que os dois países estão mantendo discussões profundas para chegar a uma primeira fase de acordo.

“A China enfatizou muitas vezes que a guerra comercial começou com tarifas adicionais e deveria terminar com o cancelamento de tarifas adicionais”, afirmou, segundo a Reuters. Uma nova leva de tarifas americanas, de 15% sobre 156 bilhões de dólares em produtos chineses, está prevista para entrar em vigor em 15 de dezembro.

O queda de braço entre China e Estados Unidos pode abrir caminho para o Brasil. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, ao lado do chinês Xi Jinping, que o país asiático “faz parte do futuro do Brasil”. O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou até na criação de uma área de livre comércio com a China. Os dois países assinaram nove acordos de cooperação, em áreas como agricultura e medicina.

Nesta quinta-feira, a agenda de reuniões começa às 9h. Entre os destaques do dia estão a ampliação do banco de desenvolvimento do bloco, assim como um encontro de empresários para discutir o desenvolvimento de áreas como energia limpa e indústria 4.0.

Bolsonaro terá duas reuniões bilaterais, com Rússia e África do Sul. Com a economia global em marcha lenta, e a brasileira precisando acelerar, o governo bolsonaro precisa mais do que nunca de seus aliados dos Brics.

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