CVM tem nove processos contra Petrobras desde março de 2014
Desde o início da Operação Lava Jato, a CVM acumula nove processos administrativos contra a Petrobras, dos quais dois já viraram inquéritos
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 14h17.
Rio de Janeiro - Desde o início da Operação Lava Jato , em março do ano passado, a Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) acumula nove processos administrativos contra a Petrobras , dos quais dois já viraram inquéritos.
A CVM é responsável pela fiscalização do mercado de capitais no país.
A comissão, vinculada ao Ministério da Fazenda, não apresentou qualquer conclusão sobre os dois inquéritos, informou, hoje (6), a assessoria de imprensa da CVM.
Os inquéritos apuram “eventuais irregularidades relacionadas à inobservância de deveres fiduciários de administradores da companhia”, de acordo com comunicado ao mercado divulgado pela comissão, em dezembro passado.
Esta semana, foram abertos os últimos três processos que deram entrada na CVM, contra a estatal.
Eles integram o total dos nove processos abertos. Um é baseado em reclamação de um investidor, outro trata da divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014, pela Petrobras, sem a assinatura da auditoria externa da PriceWaterhouseCoopers e o terceiro diz respeito a renúncia da presidenta da empresa, Maria das Graças Foster e cinco diretores. Não há prazo para a análise dos processos.
Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.
No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.