(Fernando Pereira/Secom-PMSP)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2017 às 06h10.
Última atualização em 26 de novembro de 2017 às 16h50.
É fácil ver, e sentir, o impacto da pior recessão da história no Brasil ao dirigir pelas ruas de São Paulo.
As ruas da cidade de 12 milhões de pessoas - com extensão suficiente para cobrir Manhattan por 16 vezes - nunca foram famosas por seu bom estado. Mas os cofres públicos vazios transformaram muitas vias num circuito de obstáculos formados por buracos e rachaduras. Sem contar os semáforos que frequentemente deixam de funcionar. Resultado: os habitantes, que passam em média 3 horas por dia no trânsito, estão descontentes.
Sentindo a pressão, a prefeitura está intensificando a manutenção. Não é à toa que o prefeito João Doria e sua equipe façam diversos posts nas mídias sociais, com fotos onde consertam ruas. O plano é gastar cerca de R$ 500 milhões em reparos, depois que a situação contribuiu para abalar a taxa de aprovação do prefeito, que caiu de 43% no início do ano para 32% em outubro, segundo o Datafolha.
A satisfação com o transporte público piorou em todos os aspectos, de acordo com uma pesquisa recente do Ibope. Em outra pesquisa, conduzida pelo Datafolha, a metade dos entrevistados considerou os semáforos da cidade como ruim ou péssimo.
O problema é que o investimento a ser feito em recapeamento é suficiente para arrumar apenas cerca de 3% das ruas, de acordo com o Secretário de Finanças Caio Megale. O preço para recapear a cidade inteira? Nada menos do que R$ 10 bilhões, quase 20% do orçamento completo de São Paulo em 2017.