O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Ueslei Marcelino/REUTERS)
Talita Abrantes
Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 19h11.
São Paulo – De acordo com informações da revista Época, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, teria pedido R$ 52 milhões em propina para liberar dinheiro do Fundo de Investimento do FGTS para empresas, segundo documento da Procuradoria-Geral da República (PGR) obtido pela publicação.
As informações constam em depoimento prestado por Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, em esquema de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a publicação, os representantes da empreiteira teriam afirmado que a propina foi cobrada diretamente por Cunha. Até o momento, todos os acordos suspeitos que teriam o presidente da Câmara como beneficiário teriam sido fechados por intermediários.
Os delatores confessaram em depoimento que teriam negociado a liberação de 3,5 bilhões de reais do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) para uma obra no Rio de Janeiro.
A propina de 52 milhões de reais teria sido paga em 36 prestações em contas na Suíça e em Israel ainda desconhecidas. A última parcela teria sido depositada em novembro de 2014 – quando a Operação Lava Jato já estava em curso.
De acordo com a revista, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, também teria trocado mensages com Eduardo Cunha sobre a liberação de valores do FGTS.
O documento da PGR sugere ainda que Cunha valia-se de sua influência sobre Flávio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, para liberar os recusos do Fi-FGTS.