Cunha sai; A corrida pela sucessão…
Cunha sai Afastado desde maio pelo Supremo Tribunal Federal, o deputado Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara no início da tarde desta quinta-feira. Emocionado, Cunha leu sua carta de dispensa depois de receber uma autorização especial para entrar no Congresso. Ele disse que “é notório que a casa está acéfala”, em referência à falta […]
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2016 às 18h47.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.
Cunha sai
Afastado desde maio pelo Supremo Tribunal Federal, o deputado Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara no início da tarde desta quinta-feira. Emocionado, Cunha leu sua carta de dispensa depois de receber uma autorização especial para entrar no Congresso. Ele disse que “é notório que a casa está acéfala”, em referência à falta de estabilidade na Câmara e aos projetos parados durante a gestão de Waldir Maranhão. Afirmou que a Procuradoria-Geral da República age com seletividade, abrindo inquéritos para desgastá-lo. “Estou pagando um preço alto por ter dado início ao impeachment”, disse. Afirmou ainda que vai continuar defendendo sua inocência. No Congresso, a renúncia é vista como a última tentativa de salvar seu mandato de deputado entre seus pares.
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Quem entra?
Após a saída do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara, o plenário tem até cinco sessões para eleger um novo presidente. O atual presidente, Waldir Maranhão, marcou a eleição para o dia 14, quinta-feira que vem. Até agora, 12 nomes são cotados para a cadeira, todos da base aliada do governo do presidente interino Michel Temer. Entre os mais cotados estão os deputados Rogério Rosso (PSD-DF), Fernando Giacobo (PR-PR) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Rodrigo Maia acredita que pode conquistar votos até no PT e no PCdoB. O governo já afirmou que não vai interferir na sucessão.
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Cardozo usa discurso
Advogado da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment e ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo disse que o discurso de renúncia do deputado Eduardo Cunha corrobora a tese de defesa da presidente afastada. Segundo Cardozo, a abertura do processo de impeachment ocorreu por uma “vingança política” de Cunha, que deu entrada na ordem quando o PT sinalizou que não o apoiaria no Conselho de Ética da Câmara quanto à cassação de seu mandato. Cardozo afirmou que vai anexar aos autos do processo as declarações de Cunha, tentando fortalecer a defesa de Dilma.
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Oposição reclama
As bancada do PT, do PSOL e da Rede chamaram a renúncia de Eduardo Cunha de “acordão” para salvar o mandato do deputado. “A renúncia de Cunha tem cheiro de pizza e o cozinheiro responsável é Michel Temer”, disse o senador Lindbergh Faria (PT-RJ). O líder da Rede na Câmara, Alessandro Molon, disse que a intenção de Cunha é trazer o debate de um novo presidente para que a cassação fique em segundo plano. Chico Alencar (PSOL-RJ) afirmou que os deputados não podem deixar o modo Cunha de fazer política prevalecer e que ele “tem de sair da vida pública”.
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Pré-sal na Câmara
Em meio a dia agitado na Câmara, o projeto de lei que prevê o fim da participação obrigatória da Petrobras em projetos de prospecção de petróleo no pré-sal foi aprovado pela comissão especial, criada para análise do texto. O relator do processo, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), teve seu parecer aprovado por 22 votos a favor e 5 contrários. A proposta de lei já foi aprovado no Senado, de onde veio por iniciativa do, então Senador, José Serra. Agora segue para votação no plenário da Câmara.
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Porto em Cuba
Juiz da 16aVara Federal do Distrito Federal, Marcelo Rebello Pinheiro divulgou sentença favorável à exibição de documentos sobre aportes do BNDES ao Porto de Mariel, em Cuba, no valor de 682 milhões de dólares. A decisão derruba a ordem do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que havia classificado os documentos como secretos durante a gestão de Dilma Rousseff, sob a alegação de conterem informações sigilosas. Segundo Pinheiro, a suspeita de irregularidades nos contratos de empréstimos “sobrepõe-se ao dever de manter o sigilo”.
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Caça-fantasmas
Deflagrada na manhã desta quinta-feira, a 32afase da Operação Lava-Jato, chamada de Caça-Fantasmas, investiga a atuação do banco panamenho FPB Bank, acusado de lavar dinheiro desviado da Petrobras. Sem autorização para trabalhar no Brasil, o banco tinha até site em português e abria contas no exterior para brasileiros. O principal alvo da operação é Edson Paulo Fanton, que seria responsável pela atuação do banco no país, entre outros representantes que trabalham em escritórios clandestinos. A Polícia Federal não tem uma estimativa de quanto o FPB movimentou no Brasil nem o número de clientes do banco.