Cruzeiro faz crítica histórica à violência contra mulher; veja
Jogadores vão entrar em campo com camisas de números trocados por estatísticas da violência sofrida pelas mulheres
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de março de 2017 às 12h02.
Última atualização em 8 de março de 2017 às 12h27.
Belo Horizonte - Nada de nome das mães dos jogadores, ou frases de efeito. A homenagem que o Cruzeiro fará ao Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira, vai direto à raiz do problema.
Mostra, por exemplo, que a cada 2 horas, uma mulher é morta no país. Ou que não há vereadoras em 23% dos municípios brasileiros.
Quando entrar em campo diante do Murici, nesta quarta-feira, no interior de Alagoas, pela terceira fase da Copa do Brasil, o Cruzeiro estará fazendo uma homenagem histórica às mulheres. As camisas dos jogadores lembrarão a violência contra elas e a desigualdade em relação aos homens.
Para isso, o número de camisa de cada jogador vai se tornar uma estatística. A ação é uma parceria entre a Umbro e a Agência New360. Os dados foram colhidos pela ONG Azminas, que pelo empoderamento.
"O Cruzeiro Esporte Clube tem participado de diversas campanhas contra qualquer tipo de preconceito. Em pleno século XXI, não é tolerável ver as mulheres sofrerem atos de violência e discriminação. Com esta ação, nos juntamos a todos que combatem as desigualdades contra pessoas do sexo feminino. Esse é um dos papeis sociais que os clubes de grandes torcidas precisam sempre estar desenvolvendo", comentou Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro.
As camisas trarão as seguintes frases:
A cada 2 horas, uma é morta
Trabalham quase 3 vezes mais nas tarefas de casa
5º país em taxa de feminicídio
De cada dez desempregados, 7 são mulheres
A cada dez jovens, 8 sofreram assédio
Três em cada 10 já foram beijadas a força
A cada 11 minutos, um estupro
Apenas 12% dos prefeitos do Brasil
17% dividem o presídio com homens
Apenas 22% dos parlamentares do mundo
Não há vereadoras em 25% dos municípios
25% tem depressão pós-parto
27% continuam com o agressor
Apenas 29% dos protagonistas dos filmes
Salários 30% menores
Pouco mais de 31% dos candidatos eleitorais
33% já sofreram assédio na rua
35% já sofreram assédio em transporte público
37% dos funcionários de grandes empresas
Parceiros cometem 38% dos feminicídios
Dos assédios, 39% foram com xingamentos
70% dos que passam fome no mundo