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Crivella abre parte do comércio e se aproxima de Bolsonaro

Recuo de medidas restritivas visa obter o apoio do presidente à reeleição do prefeito do Rio

MARCELO CRIVELLA, PREFEITO DO RIO: ações na contramão do governador Wilson Witzel  (Yasuyoshi Chiba/Getty Images)

MARCELO CRIVELLA, PREFEITO DO RIO: ações na contramão do governador Wilson Witzel (Yasuyoshi Chiba/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2020 às 06h30.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 06h55.

Em compasso com os últimos pronunciamentos do presidente Bolsonaro a respeito do impacto econômico do coronavírus, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou que iria reabrir parte do comércio nesta sexta-feira, dia 27. As lojas de conveniência e de material construção voltaram a funcionar nas primeiras horas do dia.

Não é o primeiro recuo de Crivella em relação a medidas mais restritivas para conter o coronavírus. Na terça, 25, ele revogou a proibição de funcionamento das agências bancárias. Em decreto publicado no domingo, o prefeito havia determinado o fechamento de todos os serviços não essenciais. A determinação permitia apenas que supermercados, farmácias, padarias, clínicas, postos de gasolina e pet shops continuassem funcionando.

A mudança de postura do prefeito do Rio vai na contramão das atitudes adotadas pelo governador Wilson Witzel (PSC), que decretou estado de emergência no estado no dia 16. As divergências entre o governador e o presidente Bolsonaro sobre as medidas mais adequadas para lidar com a pandemia vêm colocando a ambos em campos opostos do cenário político. Em São Paulo, as diferenças entre João Doria (PSDB) e o presidente também tem ficado mais evidentes com a crise gerada pelo coronavírus.

Crivella, por outro lado, já vinha ensaiando uma aproximação com Jair Bolsonaro. No dia 28 de fevereiro, ele divulgou em suas mídias sociais um vídeo de apoio à conduta de Bolsonaro em relação às manifestações contra o Congresso. Crivella vem mantendo conversas com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e tem esperança de que o filho do presidente possa vir a integrar seu partido, o Republicanos. O apoio explícito a Bolsonaro contaria pontos nessa missão.

O cálculo é que a proximidade com o presidente pode ter um peso importante na campanha à reeleição de Crivella para a prefeitura do Rio, no pleito de outubro. Até agora, o plano parece estar funcionando. A família Bolsonaro vem se mostrando cada vez mais próxima a Crivella. Nos bastidores, comenta-se que o novo secretário de comunicação da prefeitura, Gutemberg Fonseca, teria sido indicado pelo senador Flavio Bolsonaro (sem partido-RJ).

Novas decisões de Crivella em relação ao coronavírus, que vem sendo usado como arma política, devem sinalizar se o apoio – e o sonho de ganhar mais uma vez a cadeira da prefeitura do Rio – continua forte.

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