Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira na represa de Jaguari, em Joanópolis (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2014 às 12h07.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi reeleito neste domingo, 5, para o seu quarto mandato à frente do Executivo paulista com ampla vantagem sobre seus adversários, mesmo em meio à crise hídrica, considerada a pior da história. A partir de hoje, o governador volta a se dedicar exclusivamente à própria gestão.
Apesar de descartar a possibilidade de racionamento de água para o ano que vem, o tema será tratado com "urgência" pelo governador. Ele cobrará mais resultados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), empresa responsável pela distribuição de água, e também vai pressionar pela agilidade do cronograma das obras para o setor.
Hoje, a Sabesp deve entregar o plano de contingência do Sistema Cantareira para a Agência Nacional de Águas (ANA). Nele, espera-se que o governo defina limites de captação para cada cenário de chuvas. Ou seja, pôr no papel qual o limite para decretar um racionamento.
O principal canteiro de obras no setor hídrico é o do Sistema Produtor São Lourenço, que vai captar água na Bacia do Rio Ribeira de Iguape e ajudar a abastecer a Grande São Paulo, hoje em grande parte suprida pelo Cantareira. O investimento, superior a R$ 2 bilhões, será bancado pelo consórcio privado.
As obras, cujo início era previsto para 2012, serão concluídas em 2018. É a primeira de porte do governo para captar água em bacia distante da Grande São Paulo. A capital não está incluída entre os municípios a serem atendidos. Estão na lista Barueri, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista.
Ontem, o Cantareira chegou a 6% da capacidade - pior nível registrado no sistema - e opera desde maio com a primeira parte do volume morto. Se o índice de chuvas permanecer como está, a previsão dos técnicos é de que o sistema garanta água até o dia 21.
Depois disso, a Sabesp vai acionar o bombeamento da segunda cota do volume morto - cerca de 106 bilhões de litros, que garantiriam o abastecimento até abril.
Campanha
Alckmin só deve desviar sua atenção do governo durante as vindas a São Paulo do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Dirigentes do PSDB pretendem fazer com que Aécio turbine sua agenda no Estado.
Em seu pronunciamento, ontem, depois de confirmada a vitória, Alckmin disse que é o "momento de São Paulo fazer a diferença" e prometeu empenho na campanha presidencial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Colaboraram Caio do Valle e Felipe Mortara