Brasil

Crise adia depoimento de presidente da CCJ e de ex-Odebrecht

Crise entre Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República adiou depoimentos de dois deputados, um senador e três investigados sem mandato pela Lava Jato


	Operação Lava Jato: desentendimentos entre policiais e procuradores surgiram desde a abertura dos inquéritos a partir de autorização do STF
 (Divulgação / Polícia Federal)

Operação Lava Jato: desentendimentos entre policiais e procuradores surgiram desde a abertura dos inquéritos a partir de autorização do STF (Divulgação / Polícia Federal)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 17h00.

Brasília - A crise entre a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República (PGR) adiou os depoimentos de dois deputados e de um senador, além de outros três investigados sem mandato pela Operação Lava Jato.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL); o líder do PP na Casa, deputado Eduardo da Fonte (PE); e o senador Benedito de Lira (PP-AL) tiveram os depoimentos cancelados nesta semana, além de um ex-diretor da Odebrecht ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, prestaria depoimento nesta semana. Reportagem do jornal O Globo revelou que Alexandrino acompanhou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um périplo por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013.

A empresa pagou as despesas do voo, mesmo não sendo uma viagem de trabalho para a empreiteira.

No documento do voo, ele está registrado como "passageiro principal: voo completamente sigiloso.

" A empreiteira é uma das investigadas na Operação Lava Jato. A lista inclui de depoimentos adiados inclui ainda o ex-deputado Roberto Teixeira e José Carlos Grubisich. Este último e Alexandrino estariam sendo ouvidos como testemunhas.

O jornal revelou nesta sexta-feira, 17, que a paralisação dos depoimentos da Lava Jato foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da PGR após divergências entre os procuradores e a Polícia Federal.

Os desentendimentos entre policiais e procuradores surgiram desde a abertura dos inquéritos a partir de autorização do Supremo, em março.

A queda de braço se intensificou nesta semana. Isso porque procuradores telefonaram para parlamentares informando que os investigados não precisariam, necessariamente, depor na sede da Polícia Federal em Brasília. Poderiam optar por realizar a oitiva, por exemplo, na sede da Procuradoria-Geral da República.

Em um outro ponto de desentendimento, a polícia teria pedido ao STF novas diligências a partir dos documentos analisados , mas sem consultar previamente a procuradoria. Para os policiais, o estresse quanto a isso foi causado porque a procuradoria quer limitar as investigações e não teria como justificar a negativa de um pedido para avançar no inquérito.

Já para os procuradores, a PF tomou a dianteira de forma indevida uma vez que o próprio ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, definiu na abertura dos inquéritos que o autor "incontestável" das investigações é o MPF.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosEmpresasEmpresas brasileirasNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava JatoPolícia FederalPolítica no Brasil

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua