Filho adotivo é expulso de concessionária BMW, afirmam pais
Casal do Rio de Janeiro alega que filho adotivo, negro, foi expulso de uma concessionária da BMW confundido com um pedinte
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 19h14.
São Paulo – Por meio de uma denúncia feita no Facebook , um casal do Rio de Janeiro tem chamado a atenção na internet para o que afirma ter sido um caso de preconceito racial em uma concessionária da BMW na Barra da Tijuca.
Ronald Munk e Priscilla Celeste, pais de um menino de 7 anos, negro e adotado, afirmam que no dia 12 de janeiro, sábado, foram todos à concessionária Autokraft para olhar um automóvel.
Chegando lá, segundo o relato dos dois, o garoto ficou em um espaço separado assistindo a um desenho animado na televisão, enquanto eles foram encaminhados pela recepcionista ao gerente de vendas da loja.
Todo o episódio aconteceu quando o garoto foi procurar os pais e se aproximou.
"Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja", teria dito o gerente da concessionária, segundo relato do casal na página do Facebok Preconceito racial não é mal-entendido, criada no último sábado e cujo número de seguidores tem aumentado exponencialmente desde então.
Segundo Priscilla, ambos ficaram alguns minutos sem reação até que o marido interpelou o gerente do porquê de o garoto não poder ficar.
“Porque eles pedem dinheiro, incomodam os clientes. Tem que tirar esses meninos da loja”, disse o homem, segundo o relato dos dois.
Ao saber que se tratava do filho do casal, o gerente teria ficado completamente sem ação, "gaguejando desculpas atrás de nós enquanto saíamos indignados da concessionária”, lembra Priscilla.
Reação
Marido e mulher afirmam que resolveram criar a página depois de aguardarem uma resposta da concessionária, que só chegou uma semana depois. O e-mail recebido, no entanto, foi tratado como uma ofensa ao considerar o caso um “mal-entendido”.
“Assim, no momento em que o seu filho se aproximou do Sr. e de sua esposa, o Sr. (gerente) não se atentou que ele estaria acompanhado dos Srs., até porque, segundo relato do meu funcionário, ele não presenciou qualquer diálogo de vocês com o filho”, afirmou o dono da concessionária na mensagem.
Na avaliação do casal, o caso não comporta interpretações de "mal-entendido".
“O fato de o gerente de vendas não ter percebido que o menino era nosso filho e sua conclusão imediata de que um menino negro, aparentemente sozinho, dentro de uma concessionária BMW , seria um menor desacompanhado e sua atitude de colocá-lo para fora da loja não constituem, em hipótese alguma, um mal-entendido. Trata-se de preconceito de raça, sem qualquer possibilidade de outra interpretação”, escreveu Priscilla no Facebook .
Na semana passada, enquanto o casal ainda aguardava uma resposta da concessionária, recebeu uma mensagem oficial do BMW Group.
À imprensa, o grupo afirmou hoje que “solicitou esclarecimentos à concessionária” na mesma data em que foi notificado do ocorrido e que enviou ao casal um pedido de desculpas. Mas eximiu-se de qualquer responsabilidade, já que a empresa e a loja são pessoas jurídicas distintas, sendo o BMW Group proibido de “adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa da concessionária”.
EXAME.com entrou em contato com a Autokraft, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve um retorno sobre o acorrido.
São Paulo – Por meio de uma denúncia feita no Facebook , um casal do Rio de Janeiro tem chamado a atenção na internet para o que afirma ter sido um caso de preconceito racial em uma concessionária da BMW na Barra da Tijuca.
Ronald Munk e Priscilla Celeste, pais de um menino de 7 anos, negro e adotado, afirmam que no dia 12 de janeiro, sábado, foram todos à concessionária Autokraft para olhar um automóvel.
Chegando lá, segundo o relato dos dois, o garoto ficou em um espaço separado assistindo a um desenho animado na televisão, enquanto eles foram encaminhados pela recepcionista ao gerente de vendas da loja.
Todo o episódio aconteceu quando o garoto foi procurar os pais e se aproximou.
"Você não pode ficar aqui dentro. Aqui não é lugar para você. Saia da loja", teria dito o gerente da concessionária, segundo relato do casal na página do Facebok Preconceito racial não é mal-entendido, criada no último sábado e cujo número de seguidores tem aumentado exponencialmente desde então.
Segundo Priscilla, ambos ficaram alguns minutos sem reação até que o marido interpelou o gerente do porquê de o garoto não poder ficar.
“Porque eles pedem dinheiro, incomodam os clientes. Tem que tirar esses meninos da loja”, disse o homem, segundo o relato dos dois.
Ao saber que se tratava do filho do casal, o gerente teria ficado completamente sem ação, "gaguejando desculpas atrás de nós enquanto saíamos indignados da concessionária”, lembra Priscilla.
Reação
Marido e mulher afirmam que resolveram criar a página depois de aguardarem uma resposta da concessionária, que só chegou uma semana depois. O e-mail recebido, no entanto, foi tratado como uma ofensa ao considerar o caso um “mal-entendido”.
“Assim, no momento em que o seu filho se aproximou do Sr. e de sua esposa, o Sr. (gerente) não se atentou que ele estaria acompanhado dos Srs., até porque, segundo relato do meu funcionário, ele não presenciou qualquer diálogo de vocês com o filho”, afirmou o dono da concessionária na mensagem.
Na avaliação do casal, o caso não comporta interpretações de "mal-entendido".
“O fato de o gerente de vendas não ter percebido que o menino era nosso filho e sua conclusão imediata de que um menino negro, aparentemente sozinho, dentro de uma concessionária BMW , seria um menor desacompanhado e sua atitude de colocá-lo para fora da loja não constituem, em hipótese alguma, um mal-entendido. Trata-se de preconceito de raça, sem qualquer possibilidade de outra interpretação”, escreveu Priscilla no Facebook .
Na semana passada, enquanto o casal ainda aguardava uma resposta da concessionária, recebeu uma mensagem oficial do BMW Group.
À imprensa, o grupo afirmou hoje que “solicitou esclarecimentos à concessionária” na mesma data em que foi notificado do ocorrido e que enviou ao casal um pedido de desculpas. Mas eximiu-se de qualquer responsabilidade, já que a empresa e a loja são pessoas jurídicas distintas, sendo o BMW Group proibido de “adotar qualquer postura que influencie a gestão administrativa da concessionária”.
EXAME.com entrou em contato com a Autokraft, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve um retorno sobre o acorrido.