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CPMI da JBS recomeça trabalhos com Janot no alvo

ÀS SETE - Na pauta, estão 141 requerimentos para serem analisados, entre eles os pedidos de convocação para depor dos irmãos Joesley e Wesley Batista

A CPMI foi criada, oficialmente, para investigar “supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDESPar (Adriano Machado/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 06h40.

Última atualização em 19 de setembro de 2017 às 07h24.

Depois de serem iniciados, mas não evoluírem em nada na última semana, os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS serão retomados nesta terça-feira.

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Na pauta, estão 141 requerimentos para serem analisados, entre eles os pedidos de convocação para depor dos irmãos Joesley e Wesley Batista, além de outros executivos da empresa e do ex-procurador Marcelo Miller, que teria ajudado a empresa antes de sair da Procuradoria-Geral da República.

A CPMI foi criada, oficialmente, para investigar “supostas irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDESPar, ocorridas entre os anos de 2007 a 2016”. Parlamentares contrários à comissão dizem que seu verdadeiro objetivo é se vingar tanto dos delatores como do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que colecionou inimizades no Congresso e no Planalto em seus quatro anos investigando políticos na Lava-Jato.

Na última semana, o presidente Michel Temer (PMDB) recebeu o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), presidente da CPMI. A conversa foi vista como uma articulação pela escolha de Carlos Marun (PMDB-MS), grande aliado de Temer, para a relatoria da comissão.

Desde então, o deputado deu diversas entrevistas com afirmações controversas, como ao dizer que a CPMI servirá para “investigar quem nos investigou” e que “o doutor Janot é hoje a pessoa que mais atrapalha o Brasil”.

Quatro integrantes se retiraram da CPMI após o anúncio da escolha de Marun, Cristovam Buarque (PPS-DF), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Otto Alencar (PSD-BA) e Dário Berger (PMDB-SC).

Dos 34 integrantes, ao menos oito receberam financiamento da JBS na última campanha, inclusive Marun, que recebeu, por meio de outros candidatos, 103.000 reais da empresa.

O governo também pretende usar a comissão para diminuir o impacto das delações e da segunda denúncia contra Temer, apresentada por Janot no final da última semana.

A principal maneira de fazer isso é tentar minar a credibilidade tanto do ex-procurador-geral como dos executivos da JBS. Para isso, parlamentares já se articulam para convocar desafetos dos principais alvos.

Rediscutir o papel das delações, embora esteja longe do escopo da CPMI, deve ser uma constante nas discussões. Um dia depois de deixar oficialmente o cargo de procurador-geral, Janor sairá da posição de atirador de flechas para a de alvo.

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