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CPMI da JBS encerra reunião sem votar requerimentos

Na lista de requerimentos estavam a convocação dos delatores da JBS e de convite ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot

CPMI: o tom da maioria dos integrantes foi de críticas à delação premiada (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

CPMI: o tom da maioria dos integrantes foi de críticas à delação premiada (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 19h47.

Brasília - Sem votar nem sequer um dos 95 requerimentos na pauta, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS encerrou nesta terça-feira, 12, a sua segunda reunião em meio à polêmica sobre a escolha do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) como relator.

Na lista de requerimentos estavam a convocação dos delatores da JBS e de convite ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Dois senadores - Ricardo Ferraço (PSBD-ES) e Otto Alencar (PSD-BA)- deixaram o colegiado após o nome de Marun ser anunciado para a relatoria.

Marun é um dos principais integrantes da tropa de choque de Michel Temer no Congresso e seu nome enfrenta resistência.

Parlamentares afirmam que a intenção do Planalto ao colocar o peemedebista na função é usar a CPMI para atacar os delatores da JBS e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Temer é o principal alvo da delação da JBS.

Uma reunião do presidente da CPMI, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), com Temer no fim de semana também foi usada como argumento por parlamentares para qualificarem a comissão de "chapa branca".

Após negar por diversas vezes que não havia tratado do assunto com Temer, Ataídes admitiu que, embora não tenha falado sobre a CPMI com o presidente, falou com o ministro Antonio Imbassahy.

"Era uma agenda que eu tinha com o ministro Imbassahy, no sábado à tarde. Na ocasião, após sair da reunião, ele me acompanhou até o carro e me perguntou como estava o andamento da CPI", disse Ataídes, que disse não ter falado sobre a indicação do relator.

Na reunião, o tom da maioria dos integrantes foi de críticas à delação premiada.

"A atividade política está comprometida. Não se pode jogar todos na vala comum. Têm 1.800 nomes na delação. É preciso fazer a separação", disse Izalci Lucas (PSDB-BA), autor de requerimentos para convocar os irmãos Joesley e Wesley Batista, o diretor da JBS Ricardo Saud, o ex-procurador Marcello Miller, entre outros nomes.

Os requerimentos, segundo Ataídes, devem ser votados apenas na próxima reunião, prevista para a terça-feira que vem, dia 19.

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