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CPI do MST: Salles propõe indiciamento de 11 pessoas no relatório final

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, o general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias teve seu indiciamento sugerido por Salles

MST: Salles afirma que o MST é uma organização criminosa (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 21 de setembro de 2023 às 13h55.

Última atualização em 21 de setembro de 2023 às 22h46.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ( MST ), o deputado Ricardo Salles (PL-SP), apresentou nesta quinta-feira, 21, o relatório final dos trabalhos do colegiado.

No seu parecer, Salles sugere o indiciamento de 11 pessoas, entre eles estão o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, o general Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como G. Dias, e o líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha.

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O relatório será votado pelos membros do colegiado na próxima terça-feira, 26. Ainda não está claro se a oposição terá votos suficientes para aprovar o texto de Salles.

Confira os 11 pedidos de indiciamentos no relatório de Salles:

Detalhes do relatório final da CPI do MST

No relatório de 88 páginas,a Bahia é apontada como a principal zona de controle de movimentos sem-terra. "A Bahia atingiu um nível de barbárie em que não é visto em nenhum outro Estado da Federação", afirmou o relator.Salles afirma que, no Sul do estado, se estabeleceu um "caos social, econômico e jurídico" por causa da atuação "criminosa" do MST naquela região. Para ele, há uma "conivência" do poder estatal, "diante dos crimes praticados contra os produtores rurais e também pelas lideranças do MST sobre os seus integrantes". O PT governa a Bahia desde 2007.

Salles aproveitou para criticar o ministro da Casa Civil, Rui Costa. "(Rui) usou todos os instrumentos jurídicos e regimentais para não comparecer a essa CPI", disse. Costa chegou a ser convocado para a CPI, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro, e, no mesmo dia, fez um aceno ao governo e retirou parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro dos trabalhos para incorporar nomes mais próximos ao PT.

O documento parte para um enfrentamento ideológico com movimentos sem-terra. Há nove menções no relatório ao termo "doutrinação ideológica" e seis menções ao filósofo alemão Karl Marx, idealizador do comunismo, e ao marxismo. Vladimir Lenin, primeiro líder da União Soviética, e o revolucionário Che Guevara são citados duas vezes.

Na ementa, também definiu o MST como "organização criminosa", disse que o modelo é "fracassado", "improdutivo", faz "mau uso do dinheiro público", conta com o "acobertamento estatal" e "romantiza e banaliza crimes, abusos e violências". Ele também lembrou da ida do líder do MST, João Pedro Stédile, à China em comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para falar da proximidade do movimento com o governo.

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