Deputado Ricardo Barros (Ueslei Marcelino/Reuters)
Alessandra Azevedo
Publicado em 29 de junho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 29 de junho de 2021 às 06h53.
Nesta semana, após os depoimentos dos irmãos Miranda, o foco das investigações da CPI da Covid passa a ser as suspeitas sobre a aquisição da vacina indiana Covaxin. O colegiado deve votar uma série de requerimentos nesta terça-feira, 29, incluindo a convocação do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Barros, segundo Luis Miranda, teria sido mencionado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro quando ouviu sobre as suspeitas de irregularidades na compra do imunizante. O chefe do Executivo teria dito que isso é “coisa” do deputado, quando Luis Miranda e Luis Ricardo contaram sobre as pressões sofridas pelos servidores da Saúde.
Outros nomes mencionados pelos irmãos serão chamados a depor. Nos próximos dias, também deve ser ouvida a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira. Ela teria sido a responsável por autorizar e fiscalizar a importação da Covaxin, mesmo com os problemas no contrato, segundo Luis Ricardo.
Os requerimentos de convocação de Barros e Regina devem ser votados nesta terça. Também há pedido para chamar o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que teria pressionado Luis Ricardo pela liberação da importação da vacina.
No cronograma já aprovado está Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa que representa a Covaxin no Brasil. Ele será ouvido na quinta-feira, 1º. O empresário pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para que ele não precise comparecer à CPI e, caso vá, possa não falar a verdade.
Nesta terça-feira, o colegiado ouve Fausto Junior, deputado estadual do Amazonas, relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa do estado em 2020. Para quarta-feira, está marcado o depoimento do empresário Carlos Wizard, apontado como um dos integrantes do gabinete paralelo que teria assessorado Bolsonaro na pandemia.
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