Coreia do Sul: as exportações para a Coreia do Sul alcançaram US$ 1,6 bilhão (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 28 de agosto de 2017 às 17h09.
O Brasil e a Coreia do Sul precisam diversificar e multiplicar os seus negócios bilaterais em todos os setores da indústria, do comércio e do agronegócio, superando os atuais números da balança comercial, que são modestos em tendo em vista o potencial das duas economias.
Quem afirma é o embaixador da Coreia do Sul, Jeong Gwan Lee.
De janeiro a julho deste ano, por exemplo, a balança comercial entre os dois países em vez de aumentar apresentou queda, tanto nas exportações quanto nas exportações, em relação ao mesmo período de 2016.
As exportações para a Coreia do Sul alcançaram US$ 1,6 bilhão, enquanto as importações chegaram a US$ 3 bilhões. O Brasil teve, no período, um déficit de US$ 1,4 bilhão no comércio com a Coreia.
Segundo Jeong Gwan Lee, os governos da Coreia e do Brasil devem buscar uma relação de complementaridade em seus negócios, promovendo também um maior intercâmbio cultural entre si.
Nesse sentido, o embaixador sul-coreano participou, na semana passada, em Brasília, na sede da Associação Nacional de Escritores (ANE), da solenidade de entrega dos prêmios aos alunos vencedores do II Concurso de Ensaios de Literatura Coreana em Brasília.
O concurso foi realizado pela ANE e pelo Instituto de Tradução de Literatura da Coreia (LTI Korea) e examinou trabalhos de mais de três mil alunos da rede pública e de escolas particulares do Distrito Federal.
Tanto a Coreia como o Brasil teriam muito a ganhar, segundo Lee, se os dois lados buscarem uma "sólida compreensão mútua" visando à diversificação do intercâmbio bilateral nos mais variados setores.
"Para colocar em prática essa relação cooperativa de complementaridade, é preciso que as impressões superficiais entre os dois povos, sejam elevadas ao nível de uma compreensão mútua mais sólida. Para tanto, é importante diversificar o intercâmbio bilateral nos mais variados setores, inclusive no campo educacional e cultural.", frisou o embaixador.
O presidente da ANE, Fabio de Sousa Coutinho, também compartilha da opinião de que a literatura une povos, corações e valores.
Ele disse que as regiões de Paranoá, São Sebastião e Santa Maria, do DF - além do Plano Piloto - foram as escolhidas para o concurso, visando colaborar com o enriquecimento cultural desses alunos.
"É uma alegria atuar como uma ponte de natureza cultural. Acreditamos que a beleza literária não tem barreiras nacionais. E esse esforço da Coreia em divulgar os autores daquele país nos inspira a querer o mesmo para os escritores brasileiros - tanto divulgando as obras aqui, como buscando parcerias para projetá-las internacionalmente", disse Coutinho.
Outro aspecto importante do trabalho da ANE no apoio ao concurso literário foi o suporte pedagógico dado às escolas.
Segundo Fabio, o formato escolhido para a apresentação dos trabalhos pelos alunos foi o ensaio.
Com isso, a ANE atende às exigências do LTI Korea, uma instituição ligada ao Ministério da Cultura sul-coreana, que não só deu suporte financeiro como acompanhou todas as fases do concurso.
O LTI Korea divulga a literatura coreana e apoia a tradução, a publicação e o intercâmbio da literatura coreana globalmente.
O escritor João Bosco Bezerra Bonfim, integrante da diretoria da ANE, apoiou a realização do concurso dando orientação para os professores das escolas do Distrito Federal e ensinando aos alunos como elaborar um ensaio.
"Pedimos que os trabalhos apresentados fossem manuscritos, à semelhança de tantos exames a que são chamados os estudantes ao longo da sua vida acadêmica. Queremos trazer um enriquecimento à vida desses adolescentes", disse.