Brasil

Contra texto da reforma tributária, Tarcísio pede ação de deputados paulistas

Governador de SP quer mobilização para tentar adiar a votação na Câmara dos Deputados, que deve acontecer na próxima semana

Tarcísio de Freitas: governador de SP quer adiar votação da reforma tributária (Mônica Andrade/Governo do Estado de SP/Flickr)

Tarcísio de Freitas: governador de SP quer adiar votação da reforma tributária (Mônica Andrade/Governo do Estado de SP/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 1 de julho de 2023 às 09h14.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai iniciar uma mobilização com deputados estaduais e federais do Estado para tentar adiar a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados - que pode acontecer já na próxima semana.

Tarcísio se reuniu na tarde de ontem, no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), com o coordenador da bancada paulista na Câmara, deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL), com o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), e com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para discutir o tema.

Também participaram do encontro, como antecipou o Estadão, empresários e entidades que representam o setor de serviços, crítico ao texto da reforma. O segmento defende que a votação seja adiada.

Ideia

A ideia do governador, como mostrou o Estadão, é formar um bloco de pressão contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator da reforma na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para postergar a apreciação do texto e dar mais tempo para que a proposta seja discutida.

O governo de São Paulo é contra o Conselho Federativo, colegiado que vai gerir o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), imposto a ser criado pela reforma para substituir o ICMS (tributo estadual) e o ISS (tributo municipal). O governo estadual teme perder autonomia na gestão dos recursos com o IBS. Outros Estados também já se colocaram contra o colegiado, como o Rio de Janeiro. Ricardo Nunes também é contra o texto e diz que a reforma pode levar o município a perder R$ 15 bilhões anuais em arrecadação.

"O governador alertou (na reunião) para que todos os deputados estaduais se mobilizem com seus deputados federais para adiar a votação. Do jeito que está a discussão, vai passar por cima e votar na semana que vem. Ele quer mais tempo para debater o projeto", disse o presidente da Alesp, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

'Preocupante'

Segundo André do Prado, Tarcísio desenhou um cenário "preocupante" para o Estado, caso a reforma seja aprovada como está. "O Estado vai perder arrecadação, a cidade de São Paulo vai perder arrecadação. (Com o Conselho Federativo) Os recursos dos impostos vão sair da mão dos Estados e dos municípios", afirmou.

O governador convocou para domingo uma reunião com a bancada de deputados federais de São Paulo para discutir a reforma. No jantar, que ocorrerá também no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio deve repetir os apelos para adiar a votação.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, Lira fará também no domingo uma reunião com líderes da Câmara para definir a agenda de votações da pauta econômica. O presidente da Casa quer levar a reforma tributária a plenário já na próxima semana.

Acompanhe tudo sobre:Reforma tributáriaTarcísio Gomes de FreitasEstado de São Paulo

Mais de Brasil

Avião cai em avenida principal de Gramado, na Serra Gaúcha

São Paulo tem 88 mil imóveis que estão sem luz desde ontem; novo temporal causa alagamentos

Planejamento, 'núcleo duro' do MDB e espaço para o PL: o que muda no novo secretariado de Nunes

Lula lamenta acidente que deixou ao menos 38 mortos em Minas Gerais: 'Governo federal à disposição'