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Consumo recorde faz ONS elevar geração térmica

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) irá ampliar em 640 MW médios (+5,2%) a geração termelétrica a partir deste sábado


	Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Cabos de transmissão de energia elétrica próximos a usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 19h19.

Rio - O aumento recorde no consumo de energia e as chuvas fracas estão elevando o aumento do despacho das térmicas. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) irá ampliar em 640 MW médios (+5,2%) a geração termelétrica a partir deste sábado, 25, pelo critério de custo, para 12,791 mil MW médios. Nesta semana, o despacho estimado pelo operador foi de 12,151 mil MW médios. Essa situação pressiona significativamente o caixa das distribuidoras, uma vez que terão que comprar energia mais cara para suprir o seu mercado consumidor.

O acionamento das térmicas ocorre em função de um parâmetro estimado pelo ONS, o Custo Marginal de Operação (CMO), sensível ao volume de chuvas e ao nível dos reservatórios. Quanto mais elevado for o CMO, maior será o despacho termelétrico, passando das mais baratas para as mais caras. Para a próxima semana, o CMO foi estimado em R$ 481/MWh, alta de 18,02% em relação aos R$ 407,54/MWh desta semana.

Como o chamado preço de liquidação das diferenças (PLD), balizador dos preços da energia no mercado de curto prazo, é um espelho do CMO, o PLD para a próxima semana subiu. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o PLD subiu 18%, de R$ 410/MWh para R$ 484,83/MWh, em todas as regiões do País. Isso também pressiona o caixa das distribuidoras, que estão com parte da demanda descontratada e precisam comprar a energia ao valor do PLD.

"O mês de janeiro foi ruim em termos de preço, e o PLD médio foi de R$ 379,11/MWh", analisou o diretor comercial da Bolt Comercializadora, Rodolfo Salazar. Segundo o executivo, o mercado já estima que o PLD fique acima de R$ 400/MWh em fevereiro, valor que tem balizado as operações de compra e venda de energia. "O Brasil tem registrado recorde no consumo no horário de ponta, e a ausência de chuvas irá continuar", acrescentou.

Apesar do cenário de chuvas mais fracas, a situação dos reservatórios nesse início de ano é melhor do que em 2013. Nesta quinta-feira, 23, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste operavam com nível de armazenamento de 41,29%, 7,29 pontos porcentuais acima do patamar de 34% apurado em igual dia de 2013. Porém, é 0,31 ponto porcentual inferior aos 41,6% registrados na quinta-feira da semana passada.

No Nordeste, o cenário é de recuperação dos reservatórios. As usinas da região operavam nesta quinta com uma capacidade de armazenamento de 42,05%, 1,25 ponto porcentual acima dos 40,8% apurados na semana passada e 11,45 pontos porcentuais acima do patamar de 30,6% no mesmo dia de 2013. No acumulado de janeiro, os reservatórios do Nordeste apresentam alta de 8,2 pontos porcentuais.

Na quarta revisão do Programa Mensal de Operação (PMO), o operador explicou que a manutenção das temperaturas mais elevadas, principalmente nas capitais do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e o reinício da atividade produtiva estão puxando o consumo de energia. O Brasil registrou nesta quinta o recorde de demanda, atingindo 83,30 mil MW médios. Nesse mesmo dia, recorde no consumo no Sul e no Sudeste foi batido, alcançando 17,315 mil MW médios e 48,955 mil MW médios, respectivamente.

A previsão do ONS é de que a carga de energia cresça 11,5% na comparação entre janeiro de 2014 e igual mês de 2013, para 68,652 mil MW médios. Como o cenário de carga elevada permanecerá, o ONS identificou a necessidade de despacho térmico complementar. Sobre a hidrologia, a previsão é de que a formação de uma massa de ar quente e seca atue no Sudeste e no Nordeste, inibindo a ocorrência de chuvas nas bacias hidrográficas dessas regiões, onde se localizam os principais reservatórios do País. "As duas primeiras semanas de fevereiro não indicam chuvas", explicou Salazar, da Bolt Comercializadora.

Como os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do País, apresentam uma trajetória decrescente neste mês, o operador mudou sua estratégia de intercâmbio regional. Em vez de exportar, as duas regiões estão importando energia. Na quinta, esse volume foi de 2,647 mil MW médios, sendo 437 MW médios vindos do Sul e 2,210 mil MW médios do Norte. O Nordeste segue importador de energia, recebendo 1,975 mil MW médios das hidrelétricas da região Norte.

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