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Conselho de Ética aprova cassação do mandato de André Vargas

Doleiro foi preso em março pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, por participação em esquema de lavagem de dinheiro


	Deputado André Vargas é acusado de atuar em favor do Labogen na assinatura de um contrato de cinco anos com o Ministério da Saúde
 (José Cruz/Agência Brasil)

Deputado André Vargas é acusado de atuar em favor do Labogen na assinatura de um contrato de cinco anos com o Ministério da Saúde (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2014 às 15h25.

Brasília - Por unanimidade o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou hoje (20) o pedido de cassação do mandato de André Vargas (sem partido-PR).

O relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), foi apresentado no ultimo dia 5 recomendando a punição do parlamentar investigado por manter relações com o doleiro Alberto Youssef e por intermediar, com o Ministério da Saúde, contratos em favor do laboratório Labogen, de Youssef.

O doleiro foi preso em março pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, por participação em esquema de lavagem de dinheiro.

Delgado esperava ter aprovado o parecer no início do mês, mas o pedido de vista por quatro parlamentares adiou a a análise do caso por duas sessões do plenário. A expectativa era que o parecer fosse votado somente em setembro. Com a decisão de hoje, Vargas pode recorrer em cinco dias úteis à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) com efeitos suspensivos.

O ex-deputado garantiu, no colegiado, que não houve quebra de decoro e antecipou, no início deste mês, que vai recorrer à Comissão de Constituição e Justiça e também ao Supremo Tribunal Federal (STF) por considerar que houve cerceamento de seu direito de defesa.

No início da tarde, para tentar ganhar tempo e formar o quórum mínimo de 11 parlamentares presentes, o colegiado inverteu a ordem da pauta e antecipou o depoimento do gerente da agência da Caixa Econômica Federal no Anexo 4 da Câmara dos Deputados, Douglas Alberto Bento.

Bento não pôde dar detalhes solicitados pelos parlamentares sobre as contas do do deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), que está sendo investigado pelo conselho, e de seu chefe de gabinete, Vanilton Bezerra. O gerente, que foi indicado como testemunha pela defesa de Argôlo, alegou sigilo bancário e negou manter relações pessoais com o parlamentar.

A falta de esclarecimentos gerou críticas e acusações de que a defesa do parlamentar investigado estaria protelando o caso. O relator do processo contra Argôlo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), decidiu convidar, pela última vez as testemunhas de defesa que ainda não compareceram e marcou para o dia 2 de setembro a próxima reunião sobre o caso. A instrução seguirá até o dia 10 de setembro e, em seguida, será apresentado o relatório para que o colegiado vote.

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