Brasil

Congresso avalia Ernesto Araújo como o pior ministro de Bolsonaro, diz pesquisa

O segundo pior na avaliação dos parlamentares é Ricardo Salles, do Meio Ambiente

Ernesto Araujo, ministro das Relações Exteriores, em Brasília (Gustavo Minas/Bloomberg)

Ernesto Araujo, ministro das Relações Exteriores, em Brasília (Gustavo Minas/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 17h44.

Após o vice-presidente Hamilton Mourão sinalizar que o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pode ser demitido após as eleições no Congresso, os parlamentares mostraram ter a mesma posição em relação ao chanceler. Na avaliação de líderes da Câmara e do Senado, Araújo é o pior ministro do governo de Jair Bolsonaro.

De acordo com o levantamento, realizado antes do atraso na importação de insumos para a vacinação contra a covid-19, o ministro recebeu nota 1,9 dos parlamentares - em uma escala de 1 a 5.

O segundo pior na avaliação dos parlamentares é Ricardo Salles, do Meio Ambiente, com nota 2,0.

Já os ministros mais bem avaliados foram Tereza Cristina, da Agricultura, e Tarcísio Freitas, da Infraestrutura, ambos com nota 3,5, também na escalada de 1 a 5.

O ex-deputado Rogério Marinho, que chefia a pasta de Desenvolvimento Regional, completa a lista dos três ministros mais bem avaliados, com nota 3,1.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ficou com nota 2,5. A avaliação, no entanto, foi feita antes de o ministro se tornar alvo de questionamentos por sua conduta no enfrentamento da covid-19 e do colapso da saúde em Manaus (AM).

Já o Ministério da Economia, Paulo Guedes, ficou em posição intermediária na avaliação do Congresso, com nota 2,8.

A pesquisa Painel do Poder foi feita entre os dias 26 de novembro e 2 dezembro de 2020 pelo site Congresso em Foco. Ao todo, 70 deputados e senadores foram consultados, considerando a proporcionalidade de partidos, posicionamento em relação ao governo e distribuição geográfica dos entrevistados.

O Painel consulta a cada três meses os principais líderes do Congresso, como presidentes de comissões ou frentes parlamentares, líderes de bancada e formadores de opinião na Câmara e no Senado.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o chanceler Ernesto Araújo foi excluído das negociações com a China para a compra dos imunizantes, por causa das diversas polêmicas envolvendo o ministro e os chineses.

Em novembro do ano passado, Araújo saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que, nas redes sociais, havia associado o governo chinês à "espionagem" por meio da tecnologia 5G. Na ocasião, o presidente chegou a elogiar o ministro pela iniciativa.

Bolsonaro, inclusive, convidou o titular do MRE para participar de uma live na semana passada e afirmou que não iria demitir o ministro.

Apesar das críticas de Mourão e do Congresso sobre Araújo, o presidente voltou a defender o ministro na quinta-feira, 28. Ele chamou o seu vice, Hamilton Mourão, de "palpiteiro" e reclamou da declaração do general sobre a possível demissão do chanceler. "Todos os 23 ministros, eu que escolho e mais ninguém. Se alguém quiser escolher ministro, que se candidate em 2022 e boa sorte em 2022", afirmou, ao ser questionado por um apoiador.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCongressoErnesto AraújoGoverno BolsonaroJair BolsonaroPolítica no BrasilRicardo SallesSenado

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'