Confirmado: Temer parte amanhã em missão oficial ao Líbano
Autoridades e empresários brasileiros, incluindo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, viajam nesta quarta, 12, levando ajuda humanitária ao país
Carla Aranha
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 12h49.
Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 14h35.
O ex-presidente Michel Temer confirmou sua participação na missão oficial brasileira que levará auxílio humanitário ao Líbano . O grupo parte nesta quarta, 12, de manhã, da Base Aérea de Guarulhos, em São Paulo. Temer chefiará a comitiva, que também contará com Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo ( Fiesp) , além de parlamentares, diplomatas e empresários brasileiros. Eles serão recebidos pela embaixada do Brasil e autoridades locais na quinta, 13, em Beirute.
O grupo deverá viajar em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levará 5,5 toneladas de mantimentos, insumos, medicamentos e equipamentos hospitalares. São cerca de 300 respiradores e 100 mil máscaras cirúrgicas.
Também integram a missão oficial brasileira Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o almirante Flávio Viana Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, o embaixador Kenneth da Nóbrega, secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Itamaraty e o general de Brigada Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira, representante do Exército.
O ex-presidente Temer é réu da Operação Lava Jato junto à Justiça Federal do Rio de Janeiro. O juiz Marcelo Brêtas concedeu uma autorização para que ele pudesse chefiar a missão brasileira em nome do presidente Jair Bolsonaro. A comitiva deverá visitar os locais mais afetados pela explosão no porto de Beirute que destruiu bairros inteiros da cidade na última terça, dia 4.
A intenção, além de levar ajuda humanitária, é tentar colaborar na mediação do conflito político no Líbano – depois de protestos em massa contra o governo, acusado de ter sido negligente com o armazenamento de materiais inflamáveis no porto, o primeiro-ministro Hassan Diab e todo o seu gabinete renunciaram nesta segunda, 10.
A explosão de 2.700 toneladas de nitrato de amônia, material usado na fabricação de bombas, destruiu bairros inteiros de Beirute e deixou 300.000 desabrigados. São mais de 200 mortos e 6.000 feridos. A Cruz Vermelha e os bombeiros ainda procuram corpos nos escombros.
Pelo menos três hospitais foram destruídos e outros dois tiveram sua estrutura afetada. A tragédia empurrou ainda mais o Líbano para um desastre humanitário e econômico sem precedentes. O país enfrenta uma inflação galopante, uma de taxa de desemprego de 30% e uma forte desvalorização da lira libanesa frente ao dólar.