Fake news (SIphotography/Thinkstock) (SIphotography/Thinkstock)
Luiza Calegari
Publicado em 1 de abril de 2018 às 15h30.
Última atualização em 1 de abril de 2018 às 16h20.
São Paulo – Apesar de boatos não serem, de forma alguma, um fenômeno recente, a dimensão de sua propagação proporcionada pelas redes sociais, especialmente em momentos críticos como às vésperas de eleições, é. O combate às fake news entrou na agenda política e midiática nacional, o que levou a algumas possibilidades distintas de atuação.
Algumas pessoas tendem a preferir soluções institucionais, como a responsabilização dos produtores e a tipificação do crime pela legislação brasileira. No entanto, essa via leva a um outro questionamento ético: como garantir que as pessoas nas instituições responsáveis por punir a propagação de fake news vão agir de forma isenta, sem incorrer em perseguição política contra adversários?
Para Daniel Nascimento, ex-hacker e consultor de Segurança Digital, a reação às notícias falsas deve ser tão “espontânea” quanto a sua propagação. Ele explica que a proliferação dos boatos é facilitada pelo imediatismo que a internet proporciona. “A pessoa só lê a manchete, três linhas, e já compartilha”, exemplifica.
Por isso, ele trabalha no desenvolvimento de uma ferramenta, a"fakenewsautentica", que mostraria, mediante o uso de um comando, a veracidade das notícias recebidas pelo Whatsapp ou pelo Facebook instantaneamente. Segundo ele, é possível usar os “bots” que propagam notícias falsas para propagar os desmentidos e as notícias bem apuradas, com base no trabalho de jornalistas contratados para esse propósito.
Edgard Matsuki, jornalista responsável pelo site Boatos.org, acredita no poder da conscientização. “Hoje, grande parte das pessoas sabe operar quase que de forma intuitiva um smartphone, mas infelizmente as pessoas não são educadas para checar a informação que chega via redes sociais. Nesse sentido, iniciativas que visem aumentar o senso crítico das pessoas em relação ao que circula na internet são importantes”.
Projeto de checagem da Agência Pública
Agência Lupa, parceira da revista Piauí
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