Como a vida nas cidades melhorou nos últimos dez anos
Estudo do Ipea mostra que mais gente passou a ter acesso a serviços básicos de educação, saúde e moradia. A disparidade entre as regiões, no entanto, continua
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2015 às 16h30.
São Paulo – Nos últimos dez anos, a exclusão social diminuiu e mais gente passou a ter acesso a serviços básicos de educação e saúde. As disparidades entre as regiões brasileiras, no entanto, não mudaram muito.
As conclusões fazem parte de um estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ) que mede o Índice de Vulnerabilidade Social das cidades a partir de parâmetros de saúde, educação, infraestrutura urbana, renda e trabalho.
O indicador varia de 0 a 1, sendo que, quanto maior for o número, piores são as condições de vida. No Brasil, o índice de exclusão caiu 27%, passando de 0,446, em 2000, para 0,326 em 2010.
Melhores condições, desigualdade de sempre
A pesquisa divide as cidades em faixas de vulnerabilidade que variam de muito baixa a muito alta. Em dez anos, o número de municípios que ocupavam as piores faixas caiu de 3610 para 1981.
Ao mesmo tempo, o número de cidades com baixa ou muito baixa vulnerabilidade social aumentou de 638 para 2326. No mapa abaixo é possível ver essa diferença. Os municípios em vermelho são os com as piores condições de vida.
Também é possível notar que as regiões Norte e Nordeste continuam concentrando os municípios com as piores posições. A situação é delicada nos estados do Acre, do Amazonas, do Pará, do Amapá, de Rondônia, do Maranhão, de Alagoas e de Pernambuco.
“Isso [a desigualdade entre os índices] evidencia a existência de um país polarizado, com realidades, necessidades e prioridades distintas, que devem ser mais profundamente investigadas a fim de superar as, ainda existentes, desigualdades regionais”, diz o relatório.
Em miúdos
Para mapear a situação das cidades brasileiras, o Ipea avalia três indicadores: Infraestrutura Urbana, Renda e Trabalho e Capital Humano.
Na Infraestrutura Urbana, é levado em conta as condições da população em suas moradias, como abastecimento de água, coleta de lixo, serviço de esgoto e tempo de deslocamento de casa até o trabalho.
No indicador Capital Humano, são avaliados dados como a proporção de pessoas de baixa renda, a taxa de desemprego, o trabalho informal e o trabalho infantil.
Por último, o Capital Humano leva em conta indicadores de saúde e educação como taxa de mortalidade infantil, crianças fora da escola, jovens que não trabalham e estudam e mães adolescentes.
Nas tabelas abaixo é possível ver a mudança nos três indicadores no período de dez anos. Dos três, o que sofreu a maior queda foi Renda e Trabalho.
Infraestrutura Urbana | |
---|---|
2000 | 0,351 |
2010 | 0,295 |
.
Capital Humano | |
---|---|
2000 | 0,503 |
2010 | 0,362 |
.
Renda e Trabalho | |
---|---|
2000 | 0,485 |
2010 | 0,32 |
São Paulo – Nos últimos dez anos, a exclusão social diminuiu e mais gente passou a ter acesso a serviços básicos de educação e saúde. As disparidades entre as regiões brasileiras, no entanto, não mudaram muito.
As conclusões fazem parte de um estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( Ipea ) que mede o Índice de Vulnerabilidade Social das cidades a partir de parâmetros de saúde, educação, infraestrutura urbana, renda e trabalho.
O indicador varia de 0 a 1, sendo que, quanto maior for o número, piores são as condições de vida. No Brasil, o índice de exclusão caiu 27%, passando de 0,446, em 2000, para 0,326 em 2010.
Melhores condições, desigualdade de sempre
A pesquisa divide as cidades em faixas de vulnerabilidade que variam de muito baixa a muito alta. Em dez anos, o número de municípios que ocupavam as piores faixas caiu de 3610 para 1981.
Ao mesmo tempo, o número de cidades com baixa ou muito baixa vulnerabilidade social aumentou de 638 para 2326. No mapa abaixo é possível ver essa diferença. Os municípios em vermelho são os com as piores condições de vida.
Também é possível notar que as regiões Norte e Nordeste continuam concentrando os municípios com as piores posições. A situação é delicada nos estados do Acre, do Amazonas, do Pará, do Amapá, de Rondônia, do Maranhão, de Alagoas e de Pernambuco.
“Isso [a desigualdade entre os índices] evidencia a existência de um país polarizado, com realidades, necessidades e prioridades distintas, que devem ser mais profundamente investigadas a fim de superar as, ainda existentes, desigualdades regionais”, diz o relatório.
Em miúdos
Para mapear a situação das cidades brasileiras, o Ipea avalia três indicadores: Infraestrutura Urbana, Renda e Trabalho e Capital Humano.
Na Infraestrutura Urbana, é levado em conta as condições da população em suas moradias, como abastecimento de água, coleta de lixo, serviço de esgoto e tempo de deslocamento de casa até o trabalho.
No indicador Capital Humano, são avaliados dados como a proporção de pessoas de baixa renda, a taxa de desemprego, o trabalho informal e o trabalho infantil.
Por último, o Capital Humano leva em conta indicadores de saúde e educação como taxa de mortalidade infantil, crianças fora da escola, jovens que não trabalham e estudam e mães adolescentes.
Nas tabelas abaixo é possível ver a mudança nos três indicadores no período de dez anos. Dos três, o que sofreu a maior queda foi Renda e Trabalho.
Infraestrutura Urbana | |
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2000 | 0,351 |
2010 | 0,295 |
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Capital Humano | |
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2000 | 0,503 |
2010 | 0,362 |
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Renda e Trabalho | |
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2000 | 0,485 |
2010 | 0,32 |