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Comissão aprova projeto que obriga presos a pagarem por suas despesas

A proposta altera a Lei de Execução Penal, obrigando o peso a ressarcir o Estado pelos gastos com a sua "manutenção no estabelecimento prisional"

Prisões: o projeto sobre gastos com presos ainda deve ser aprovado pelo plenário do Senado (C_FOR/Getty Images)

Prisões: o projeto sobre gastos com presos ainda deve ser aprovado pelo plenário do Senado (C_FOR/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 17h00.

Brasília - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira, projeto de lei que obriga presos a pagarem por suas despesas na prisão. O texto segue para a análise do plenário da Casa.

De autoria do ex-senador Waldemir Moka (MDB-MS), a proposta altera a Lei de Execução Penal, acrescentando a obrigatoriedade de o peso ressarcir o Estado pelos gastos com a sua "manutenção no estabelecimento prisional".

O texto já havia sido aprovado por comissões no ano passado. Porém, ao chegar ao plenário em julho, senadores decidiram remetê-lo novamente para a CCJ. Naquele mês, houve polêmica sobre a situação dos presos que não têm condição de fazer o pagamento.

Relator do projeto na CCJ, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou um substitutivo em que detalha mais as regras. O texto, aprovado hoje, prevê que "o preso ressarcirá ao Estado as despesas realizadas com a sua manutenção no estabelecimento prisional".

Caso o detento tenha recursos próprios, "o ressarcimento independerá do oferecimento de trabalho pelo estabelecimento prisional". E se o pagamento não for feito, as despesas se tornam "dívida ativa da Fazenda Pública".

Já os presos que não têm condição econômica para arcar com essa despesa, "somente estará obrigado ao ressarcimento quando o estabelecimento prisional lhe oferecer condições de trabalho". Além disso, "o desconto mensal não excederá um quarto da remuneração recebida". Ao término do cumprimento da pena, "eventual saldo remanescente da dívida dar-se-á por remido".

O relatório de Vieira foi aprovado de forma simbólica. Não houve discussão. Se aprovado pelo plenário, o projeto segue para sanção.

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