Comandante do Nordeste é cotado para o lugar de Pujol no Exército
O general Marco Antônio Freire Gomes é o nome mais cotado para assumir o comando do Exército, mas Bolsonaro tem sido aconselhado a considerar outro nome para não criar atritos com generais mais experientes
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de março de 2021 às 13h23.
Última atualização em 31 de março de 2021 às 16h43.
O presidente Jair Bolsonaro poderá repetir a ex-presidente Dilma Rousseff e quebrar uma tradição no Exército se decidir nomear como próximo comandante do Exército o general Marco Antônio Freire Gomes. Comandante militar do Nordeste, Gomes é o nome mais cotado nos bastidores do governo para substituir o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, mas o presidente tem sido aconselhado a considerar outro nome para não criar atritos com generais mais experientes. O novo ministro, general Braga Netto, vai conversar hoje com os cotados para Exército, Marinha e Aeronáutica.
Na hierarquia militar, os recém exonerados comandantes estavam acima do novo ministro da Defesa, Braga Netto, pelo critério de antiguidade. No Exército, a tradição da escolha dos comandantes obedece à antiguidade dos generais de quatro estrelas, ou seja, quem tem mais tempo no topo da carreira.
Em 2015, a então presidente Dilma ignorou isso e escolheu de uma lista tríplice o general Eduardo Villas Bôas, que na época era comandante de Operações Terrestres. Villas Bôas era o terceiro na ordem. Ela foi a última a desconsiderar o critério, mas também houve casos anteriores, nos governos Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.
Freire Gomes tem uma passagem recente pelo Planalto. Foi secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer. Apesar de ter a preferência no Planalto, pesa contra ele o fato de ser muito "moderno", o que pode provocar insatisfações na hierarquia militar e uma série de mudanças administrativas, caso seja nomeado. Segundo militares que acompanham a negociação, para nomeá-lo Bolsonaro sem quebrar a tradição o presidente teria de "aposentar" seis generais mais antigos.
Na Força Aérea Brasileira, a lista é encabeçada pelos tenentes-brigadeiros do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, do Comando Geral de Apoio, Luiz Fernando de Aguiar, do Comando de Preparo, e Marcelo Kanitz Damasceno, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.
Baptista Júnior é o mais cotado. Nas redes sociais, ele costuma divulgar mensagens otimistas sobre a vacinação no país, em linha com a estratégia de comunicação do Palácio do Planalto, além de curtir críticas de deputados e influenciadores bolsonaristas a "comunistas". Esse comportamento é bem visto no Planalto.
Na ordem de antiguidade da Marinha estão os almirantes de esquadra Alípio Jorge Rodrigues da Silva, comandante de Operações Navais, Almir Garnier Santos, secretário-geral do Ministério da Defesa, e Marcos Silva Rodrigues, chefe do Estado-Maior da Armada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.