Comandante do Choque acusado de nazismo é exonerado no RJ
A revista Veja revelou neste fim de semana que Fábio Almeida de Souza postou mensagens incitando a violência um grupo de Whatsapp formado por oficiais da PM
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 13h09.
Rio de Janeiro - O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro , José Mariano Beltrame, negou ter sido avisado do motivo de afastamento do coronel Fábio Almeida de Souza do comando do Batalhões de Operações Especiais (Bope) - ter postado mensagens incitando a violência, com teor nazista, num grupo de Whatsapp formado por oficiais da PM - antes de tê-lo nomeado para chefiar sua guarda pessoal.
Beltrame disse ter ficado "horrorizado" com a revelação das mensagens, neste fim de semana pela revista Veja, e anunciou a exoneração do coronel Fábio do comando do Batalhão de Choque, cargo que ele ocupava desde novembro.
Em entrevista à publicação, o ex-comandante geral da PM coronel José Luís Castro afirmou que, quando decidiu afastar o coronel Fábio do comando do Bope, em março de 2014, comunicou o motivo a Beltrame. O oficial ficou nove meses na guarda do secretário até ser novamente promovido: de volta ao comando do Choque.
"Estive pessoalmente na sala do secretário de Segurança e informei o que tinha ocorrido. Ele só me pediu que o transferisse para a Secretaria de Segurança", disse Castro, tirado do comando da PM em novembro por Beltrame.
"Eu não tenho o teor daqueles diálogos", disse hoje Beltrame. "Isso só foi para dentro do inquérito em novembro. Vendo aquilo ali eu exonerei o coronel Fábio (nesta segunda) e o deixei sem função porque fiquei horrorizado com o que consta ali", afirmou o gaúcho minutos após ser empossado para o próximo mandato (seu terceiro seguido) como secretário estadual de Segurança.
Beltrame negou ter sido informado do teor das mensagens pelo ex-comandante da PM: "Se ele sabia, não só deveria ter me comunicado o teor, como ele mesmo de pronto abrir processo disciplinar contra o coronel Fábio, o que só está acontecendo agora e a pedido meu".
No lugar de Castro como comandante-geral da PM, Beltrame anunciou em novembro o coronel Alberto Pinheiro Neto, que só tomou posse hoje. O oficial, entretanto, já vinha desde então promovendo mudanças na corporação.
Logo após ser anunciado, Pinheiro Neto determinou a volta do coronel Fábio ao Choque - ele já havia chefiado o Batalhão durante os protestos de junho de 2013, mas foi afastado devido ao excesso de violência com os manifestantes e transferido para o comando do Bope.
Em março do ano passado, após inquérito da Corregedoria da PM apurar a troca de mensagens com incitação à violência (dizia aos PMs para atirarem até com fuzil em manifestantes) e teor nazista ("Padrão Alemanha de 1930", escreveu o coronel numa mensagem), o oficial foi afastado e transferido para a guarda de Beltrame.
Segundo o secretário, os outros oficiais que participavam do grupo também serão investigados. Na prática, o coronel Fábio está "sem função": não é mais comandante do Choque, mas seguirá recebendo normalmente o salário, enquanto corre o processo administrativo que poderá, ou não, resultar em sua expulsão.
A investigação da Corregedoria da PM que chegou às mensagens teve início em janeiro de 2014 após uma tentativa de assassinato ao então comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Márcio Rocha, que havia assumido o lugar do coronel Fábio, seu desafeto, no comando da tropa.
Com a exoneração do coronel Fábio, hoje, a Polícia Militar informou em nota que assumirá o comando do Choque o coronel Wilman Rene Gonçalves Alonso, que temporariamente acumulará a função com o Comando de Operações Especiais (COE).
A PM não informou, entretanto, qual dos dois cargos deixará o coronel Alonso. Por conta da polêmica, a posse do novo comandante-geral da corporação, coronel Pinheiro Neto, não foi aberta à imprensa.
Antes da revelação do escândalo, estava prevista para hoje uma entrevista coletiva do oficial, que não deve mais ocorrer.
Rio de Janeiro - O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro , José Mariano Beltrame, negou ter sido avisado do motivo de afastamento do coronel Fábio Almeida de Souza do comando do Batalhões de Operações Especiais (Bope) - ter postado mensagens incitando a violência, com teor nazista, num grupo de Whatsapp formado por oficiais da PM - antes de tê-lo nomeado para chefiar sua guarda pessoal.
Beltrame disse ter ficado "horrorizado" com a revelação das mensagens, neste fim de semana pela revista Veja, e anunciou a exoneração do coronel Fábio do comando do Batalhão de Choque, cargo que ele ocupava desde novembro.
Em entrevista à publicação, o ex-comandante geral da PM coronel José Luís Castro afirmou que, quando decidiu afastar o coronel Fábio do comando do Bope, em março de 2014, comunicou o motivo a Beltrame. O oficial ficou nove meses na guarda do secretário até ser novamente promovido: de volta ao comando do Choque.
"Estive pessoalmente na sala do secretário de Segurança e informei o que tinha ocorrido. Ele só me pediu que o transferisse para a Secretaria de Segurança", disse Castro, tirado do comando da PM em novembro por Beltrame.
"Eu não tenho o teor daqueles diálogos", disse hoje Beltrame. "Isso só foi para dentro do inquérito em novembro. Vendo aquilo ali eu exonerei o coronel Fábio (nesta segunda) e o deixei sem função porque fiquei horrorizado com o que consta ali", afirmou o gaúcho minutos após ser empossado para o próximo mandato (seu terceiro seguido) como secretário estadual de Segurança.
Beltrame negou ter sido informado do teor das mensagens pelo ex-comandante da PM: "Se ele sabia, não só deveria ter me comunicado o teor, como ele mesmo de pronto abrir processo disciplinar contra o coronel Fábio, o que só está acontecendo agora e a pedido meu".
No lugar de Castro como comandante-geral da PM, Beltrame anunciou em novembro o coronel Alberto Pinheiro Neto, que só tomou posse hoje. O oficial, entretanto, já vinha desde então promovendo mudanças na corporação.
Logo após ser anunciado, Pinheiro Neto determinou a volta do coronel Fábio ao Choque - ele já havia chefiado o Batalhão durante os protestos de junho de 2013, mas foi afastado devido ao excesso de violência com os manifestantes e transferido para o comando do Bope.
Em março do ano passado, após inquérito da Corregedoria da PM apurar a troca de mensagens com incitação à violência (dizia aos PMs para atirarem até com fuzil em manifestantes) e teor nazista ("Padrão Alemanha de 1930", escreveu o coronel numa mensagem), o oficial foi afastado e transferido para a guarda de Beltrame.
Segundo o secretário, os outros oficiais que participavam do grupo também serão investigados. Na prática, o coronel Fábio está "sem função": não é mais comandante do Choque, mas seguirá recebendo normalmente o salário, enquanto corre o processo administrativo que poderá, ou não, resultar em sua expulsão.
A investigação da Corregedoria da PM que chegou às mensagens teve início em janeiro de 2014 após uma tentativa de assassinato ao então comandante do Batalhão de Choque, tenente-coronel Márcio Rocha, que havia assumido o lugar do coronel Fábio, seu desafeto, no comando da tropa.
Com a exoneração do coronel Fábio, hoje, a Polícia Militar informou em nota que assumirá o comando do Choque o coronel Wilman Rene Gonçalves Alonso, que temporariamente acumulará a função com o Comando de Operações Especiais (COE).
A PM não informou, entretanto, qual dos dois cargos deixará o coronel Alonso. Por conta da polêmica, a posse do novo comandante-geral da corporação, coronel Pinheiro Neto, não foi aberta à imprensa.
Antes da revelação do escândalo, estava prevista para hoje uma entrevista coletiva do oficial, que não deve mais ocorrer.