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Com Moreira Franco, todos os ex-governadores do RJ vivos foram presos

Todos os detidos ou ex-detidos são ou foram do MDB/PMDB, que exerceu o poder no Rio de 1987 a 1991 e de 2003 a 2018

Com Moreira Franco, Rio de Janeiro tem seu 5º ex-governador preso em 3 anos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Com Moreira Franco, Rio de Janeiro tem seu 5º ex-governador preso em 3 anos (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de março de 2019 às 10h39.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 14h54.

Rio de Janeiro — Com a prisão do ex-ministro Wellington Moreira Franco (MDB), todos os ex-governadores do Rio vivos e eleitos como cabeça de chapa desde a redemocratização estão presos ou passaram em algum momento pela cadeia.

Dos ex-chefes do Executivo estadual eleitos após 1985, só ficam fora da lista Leonel Brizola (PDT), morto em 2004, e Marcello Alencar (PSDB), que morreu em 2014.

Há também uma coincidência partidária: todos os detidos ou ex-detidos são ou foram do MDB/PMDB, que exerceu o poder no Rio de 1987 a 1991 e de 2003 a 2018.

Integram o partido os três presos — além de Moreira, Sérgio Cabral Filho e Luiz Fernando Pezão e foram filiados Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho.

Estes chegaram a ser encarcerados, mas foram soltos. Todas as prisões ocorreram nos últimos três anos.

Outros dois ex-governadores ainda vivos - Nilo Batista (PDT) e Benedita da Silva (PT) - não passaram pelo cárcere. Eles, no entanto, não foram eleitos para o cargo. Eram vice-governadores que assumiram o Palácio Guanabara após a renúncia dos titulares.

Os ex-governadores que estão presos ou passaram pela prisão chefiaram o governo estadual por cerca de 19 anos. Em onze deles, atuou o esquema de corrupção chefiado por Cabral, governador de 2007 a 2014, que teria continuado sob o governo de Pezão.

Moreira Franco governou o Rio de 1987 a 1991. Derrotou Darcy Ribeiro (PDT), candidato da situação, em 1986. Para vencer, Moreira reuniu em torno do PMDB uma ampla coligação e aproveitou a onda de apoio gerada pelo Plano Cruzado ao governo José Sarney, também peemedebista.

Na campanha, em meio ao crescimento da criminalidade durante o primeiro governo Brizola (eleito em 1982), prometeu acabar com a violência em seis meses, o que não conseguiu.

A má avaliação do governo Moreira abriu caminho para o retorno de Brizola, em 1990.

Em 1994, Brizola renunciou para concorrer à Presidência e Nilo Batista completou o mandato. Foi sucedido por Marcello Alencar. Em 1999 assume Garotinho, que governou até 2002, quando renunciou em favor de Benedita para tentar a Presidência. Naquele ano, Rosinha foi eleita governadora.

O casal apoiou a primeira eleição de Cabral para o governo, em 2006. Oito anos depois, Cabral apoiou a eleição de Pezão, único governador preso no exercício do cargo, em 2018. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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