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Com menos patrocínio, Parada Gay vende ingresso para trio

A novidade realimenta a crítica de que o evento se aproxima mais de um carnaval fora de época do que de um ato político

Multidão lota a avenida Paulista na Parada Gay: a venda de ingresso é uma das estratégias para conseguir mais verbas (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2015 às 09h51.

São Paulo - Pela primeira vez, a organização da Parada Gay de São Paulo está vendendo pulseiras aos interessados em desfilar sobre um trio elétrico oficial, com direito a open bar.

Em um ano de patrocínios mais escassos, reflexo da crise econômica, essa é uma das estratégias para conseguir mais verbas. A novidade, porém, realimenta a crítica de que o evento se aproxima mais de um carnaval fora de época do que de um ato político.

Serão cem ingressos para o trio oficial, um dos que ficará mais tempo na Avenida Paulista no próximo dia 7, data da Parada. A pulseira, já à venda na internet, dá direito a desfilar em cima do carro e beber cerveja, refrigerante e água à vontade. O preço é R$ 340, o que motivou protestos nas redes sociais.

Nas edições anteriores, já havia cobrança de ingressos em alguns trios elétricos, mas é a primeira vez que o formato é adotado pela própria organizadora, a Associação da Parada do Orgulho LGBT.

Dos trios chamados "comerciais", porém, a entidade cobra uma taxa, que pode ser superior a R$ 10 mil.

"Como tem muita procura de pessoas que querem participar em cima do trio, tivemos essa iniciativa", explica Fernando Quaresma, presidente da entidade.

A medida também é uma alternativa para arrecadar recursos. "Com a crise, diminuiu o dinheiro para todo mundo. É questão de sobrevivência."

A Prefeitura cobre os gastos com toda a estrutura da Parada, o show de encerramento e a Marcha das Lésbicas, que ocorre no dia anterior - com custo global de R$ 1,3 milhão.

Por restrições orçamentárias, em 2015, a Prefeitura não bancará a feira cultural do evento, que quase foi cancelada. Segundo Quaresma, haverá verba do governo estadual para a feira, prevista para o dia 4 no Vale do Anhangabaú.

A Petrobras, patrocinadora em outros anos, reduziu em 10% o repasse, afirma Quaresma. Procurada ontem, a estatal não se manifestou.

Já a Caixa Econômica Federal, outra patrocinadora, não respondeu à associação se enviará verbas. O banco informou que ainda não há definição sobre o assunto.

Normas

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, parceira da associação na Parada, informou que não sabia da venda de pulseiras pela entidade.

"Se for em trio elétrico cedido pela Prefeitura, não pode", destaca o coordenador de Políticas para LGBT da pasta, Alessandro Melchior.

A administração municipal cedeu seis trios à Parada - dois à associação. "A Prefeitura banca tudo de estrutura de evento. Não é necessária coleta de recursos para isso."

A Secretaria ainda disse que vai verificar se o trio oficial não infringe nenhuma regra. Ressaltou também que a distribuição de bebidas nos trios deve seguir normas de vigilância sanitária.

De acordo com Quaresma, o trio oficial será alugado. O dinheiro, diz ele, ajuda em várias atividades. "A associação não existe só na Parada, mas nos outros 364 dias do ano", afirma.

Quaresma também rebate as críticas de que a Parada Gay está mais parecida com uma micareta. "É uma festa, mas também um movimento que reivindica direitos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Pela primeira vez, a organização da Parada Gay de São Paulo está vendendo pulseiras aos interessados em desfilar sobre um trio elétrico oficial, com direito a open bar.

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Serão cem ingressos para o trio oficial, um dos que ficará mais tempo na Avenida Paulista no próximo dia 7, data da Parada. A pulseira, já à venda na internet, dá direito a desfilar em cima do carro e beber cerveja, refrigerante e água à vontade. O preço é R$ 340, o que motivou protestos nas redes sociais.

Nas edições anteriores, já havia cobrança de ingressos em alguns trios elétricos, mas é a primeira vez que o formato é adotado pela própria organizadora, a Associação da Parada do Orgulho LGBT.

Dos trios chamados "comerciais", porém, a entidade cobra uma taxa, que pode ser superior a R$ 10 mil.

"Como tem muita procura de pessoas que querem participar em cima do trio, tivemos essa iniciativa", explica Fernando Quaresma, presidente da entidade.

A medida também é uma alternativa para arrecadar recursos. "Com a crise, diminuiu o dinheiro para todo mundo. É questão de sobrevivência."

A Prefeitura cobre os gastos com toda a estrutura da Parada, o show de encerramento e a Marcha das Lésbicas, que ocorre no dia anterior - com custo global de R$ 1,3 milhão.

Por restrições orçamentárias, em 2015, a Prefeitura não bancará a feira cultural do evento, que quase foi cancelada. Segundo Quaresma, haverá verba do governo estadual para a feira, prevista para o dia 4 no Vale do Anhangabaú.

A Petrobras, patrocinadora em outros anos, reduziu em 10% o repasse, afirma Quaresma. Procurada ontem, a estatal não se manifestou.

Já a Caixa Econômica Federal, outra patrocinadora, não respondeu à associação se enviará verbas. O banco informou que ainda não há definição sobre o assunto.

Normas

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, parceira da associação na Parada, informou que não sabia da venda de pulseiras pela entidade.

"Se for em trio elétrico cedido pela Prefeitura, não pode", destaca o coordenador de Políticas para LGBT da pasta, Alessandro Melchior.

A administração municipal cedeu seis trios à Parada - dois à associação. "A Prefeitura banca tudo de estrutura de evento. Não é necessária coleta de recursos para isso."

A Secretaria ainda disse que vai verificar se o trio oficial não infringe nenhuma regra. Ressaltou também que a distribuição de bebidas nos trios deve seguir normas de vigilância sanitária.

De acordo com Quaresma, o trio oficial será alugado. O dinheiro, diz ele, ajuda em várias atividades. "A associação não existe só na Parada, mas nos outros 364 dias do ano", afirma.

Quaresma também rebate as críticas de que a Parada Gay está mais parecida com uma micareta. "É uma festa, mas também um movimento que reivindica direitos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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