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Com apagão na Venezuela, Roraima aciona termelétrica para garantir energia

O estado é o único que não está interligado ao sistema elétrico nacional do Brasil e recebe energia do complexo hidrelétrico venezuelano de Guri e Macaguá

Fronteira: o governo do estado acompanha a situação e repassa as informações a órgãos do governo federal (Ricardo Moraes/Reuters)

Fronteira: o governo do estado acompanha a situação e repassa as informações a órgãos do governo federal (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 8 de março de 2019 às 16h27.

Cinco usinas termelétricas foram acionadas para garantir o abastecimento de energia elétrica em Roraima, depois de a Venezuela ter interrompido o fornecimento de energia ao estado. A interrupção começou nesta quinta-feira (7), após notícias de que haveria um apagão na Venezuela.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (8), a Roraima Energia informou que a produção das termelétricas é suficiente para garantir o abastecimento de Roraima.

Roraima é o único estado que não está interligado ao sistema elétrico nacional. Por isso, recebe energia do complexo hidrelétrico venezuelano de Guri e Macaguá.

Segundo a Roraima Energia, a primeira interrupção no fornecimento de energia pela interligação Brasil-Venezuela ocorreu às 10h22 de quinta-feira (7), no horário local, e logo as termelétricas foram acionadas.

A interligação com a Venezuela foi restabelecida, mas houve nova interrupção por volta das 17h. Ao longo da noite, foram feitas tentativas de restabelecer a interligação entre os países, mas a Roraima Energia informa que, devido à grande instabilidade, não foi possível.

"Até o momento, não recebemos informação concreta das causas dos desligamentos na interligação e o sistema continua sendo atendido 100% pelo parque termelétrico", diz a nota da concessionária.

No texto, a Roraima Energia informa que tem cinco termelétricas com capacidade instalada total de 216,5 megawatts (MW), capazes de atender 100% do sistema elétrico do estado, com consumo médio em torno de 400 mil litros de combustível por dia.

O governo do estado acompanha a situação e repassa as informações a órgãos do governo federal. O Executivo estadual reforça que as termelétricas têm condições de manter o abastecimento da população e das indústrias.

Linhão de Tucuruí

No fim do mês passado, o governador de Roraima, Antônio Denarium, falou sobre os cortes de energia ocorridos com o agravamento da crise política na Venezuela e afirmou que foi determinada a urgência na construção do Linhão de Tucuruí, que vai permitir interligar o estado ao sistema elétrico nacional.

Denarium disse que tratou do assunto com o presidente Jair Bolsonaro, em videoconferência.

Desde julho de 2001, grande parte do estado, incluindo a capital, Boa Vista, é suprida por energia elétrica proveniente da Venezuela, por meio de um sistema de transmissão situado parte em território venezuelano, parte em território brasileiro.

Em 2010, o montante de energia importada passou a ser reduzido, o que acabou resultando em dificuldades no atendimento do mercado do estado de Roraima.

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