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Com alta de internações em SP, Sírio-Libanês recusa pacientes e cancela cirurgias

O CEO do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chap Chap, defende medidas mais restritivas para conter o coronavírus

HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS, EM SP: não estamos ficando eticamente superiores; apenas mais hipócritas e mais chatos / Breno Rotatori/VEJA (Breno Rota/VEJA)

HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS, EM SP: não estamos ficando eticamente superiores; apenas mais hipócritas e mais chatos / Breno Rotatori/VEJA (Breno Rota/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de março de 2021 às 12h57.

O CEO do Hospital Sírio-Libanês, Paulo Chap Chap, disse que a unidade cancelou cirurgias eletivas e que não consegue mais atender a todos os pedidos de transferência de pacientes. O hospital paulistano tem recebido um número elevado de doentes infectados com a covid-19. Chap Chap defendeu medidas mais restritivas para conter o coronavírus.

A mensagem de Chap Chap foi transmitida em um evento restrito e compartilhada nas redes sociais. Ao Estadão, Chap Chap confirmou a declaração. O hospital, referência em todo o País, tem 217 pessoas internadas nesta quinta-feira, 11. No pico de internações no ano passado, em julho, eram 135.

"Há muitos pedidos de transferência e não temos como atender. Cancelamos todas as cirurgias eletivas", disse Chap Chap. "Tenho 36 pacientes que pediram transferência para o Sírio e não estou atendendo. Hoje (quarta) de manhã não tinha nenhuma vaga em UTI. Estamos convertendo o maior número possível de leitos, mas o sistema não aguenta um tsunami."

Ele também vê mudanças no perfil dos pacientes, com mais mortes de jovens. "Estamos vendo jovens morrendo, simplesmente pelo fato de que há muito mais jovens contaminados." Com o colapso do sistema de saúde, o médico destaca que casos de média gravidade, que seriam tratáveis, podem resultar em mortes.

"Podemos chegar nessa situação, seria catastrófico." Para conter a disseminação do vírus, Chap Chap defende medidas mais restritivas, como o fechamento de templos e de escolas, diante da situação que ele chamou de "crítica". Nesta quinta-feira, o governador João Doria (PSDB) deve anunciar medidas mais restritivas para controlar a pandemia.

"Não quero ser alarmista, mas estamos perto de um colapso. Está na hora aprofundarmos as medidas. Tem de ter medidas fortes por 2 a 3 semanas", disse Chap Chap. Outros hospitais privados também estão lotados, cancelam cirurgias eletivas e recusam pacientes.

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