Laboratório de engenharia do Insper, em São Paulo: aulas presenciais e online devem conviver no pós-pandemia (Germano Lüders/Exame)
Fabiane Stefano
Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 13h40.
Da educação infantil ao ensino superior, a pandemia impôs uma reviravolta no setor educacional. O fechamento de escolas, faculdades e universidades no final de março em todo o país trouxe o desafio de migrar do ambiente presencial para o digital em questão de semanas. Nem as instituições de ensino mais preparadas escaparam desse choque.
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Agora, dez meses depois do início da pandemia e com a retomada parcial das atividades no setor educacional, a aceleração do contágio de covid-19 em todo o país representa um novo risco para alunos e professores, com o possível fechamento das unidades de ensino. No estado do Rio de Janeiro, as aulas presenciais em 12 municípios que recuaram para as fases vermelha e laranja do plano de flexibilização foram novamente suspensas.
A cidade de São Paulo ficou em primeiro lugar no raking das melhores cidades para investir em educação elaborado pela Urban Systems, que analisa 12 indicadores, entre eles, geração de empregos no setor e matrículas no ensino superior nas cidades com mais 100 mil habitantes.
No ranking, as capitais lideram as 10 primeiras posições. O estado de São Paulo concentra 25 cidades com potencial de investimento em educação. Na sequência, aparecem os estados de Pernambuco e Paraná, ambos com 8 cidades entre as 100 melhores.
Diferentemente de outros eixos analisados pelo estudo, como serviços e mercado imobiliário, todos os estados têm ao menos uma cidade entre as 100 melhroes para investir em educação.
"Não apenas como um segmento de investimento para o setor privado, o setor de educação é relevante porque cria ecossistemas saudáveis e sustentáveis de desenvolvimento de serviços, indústria, e demais áreas, e age como instrumento para o desenvolvimento de capital humano nas cidades", diz Willian Rigon, sócio e diretor de marketing da consultoria Urban Systems, responsável pelo estudo, finalizado em outubro.
Universidades e faculdades na cidade de São Paulo concentram 15% das matrículas do ensino superior do país. Com a pandemia, todas tiveram de adotar rapidamente o ensino a distância — apenas 18% dos alunos estudavam remotamente antes da covid-19. Com quase 10.000 alunos de graduação e pós-graduação, a escola de negócios Insper teve de criar um modelo online em dez dias em março.
Desde então, a gestão do Insper acompanha diariamente as 140 aulas diárias que a instituição oferece para monitorar o aprendizado dos alunos. “Descobrimos problemas causados na pandemia e outros que existiam antes mesmo da quarentena”, diz Marcos Lisboa, presidente da instituição. Apenas parte das atividades voltou ao modelo presencial com a flexibilização das atividades do setor de ensino em outubro.
Mesmo na pandemia, o Insper lançou um novo curso, o de direito, que há dois anos vinha sendo planejado. Sem clareza de quando a rotina poderá ser retomada, a escola avalia o que pode ser incorporado no pós-pandemia. “Há aulas e atividades que precisam ser presenciais, pois a interação leva à inovação. Mas há outras que permitem o ensino à distância sem prejuízo. Existe espaço para um modelo híbrido na educação”, diz Lisboa.
Veja abaixo as 100 melhores cidades para investir em negócios do setor educacional no Brasil: