Olimpíadas 2016: 146 atletas olímpicos - e outros 100 paralímpicos - são beneficiados com valores que vão de R$ 5 mil a R$ 15 mil (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 10h42.
São Paulo - Ricardo e Emanuel não vão aos Jogos Olímpicos do Rio, a não ser que uma das duas duplas masculinas já convocadas pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) se machuque.
Mesmo assim, eles seguem recebendo um auxílio mensal do governo federal, o Bolsa Pódio, que, como o nome já diz, visa ajudar atletas que brigam para conquistar medalha nos Jogos do Rio.
Atualmente, 146 atletas olímpicos - e outros 100 paralímpicos - são beneficiados com valores que vão de R$ 5 mil a R$ 15 mil.
Ainda que o anúncio das duplas que representarão o Brasil no vôlei de praia já tenha sido feito, com direito a entrevista coletiva dos apontados, o Ministério do Esporte argumenta que "a CBV tem até o dia 1º de julho para inscrever os atletas e até lá poderá haver alteração na composição da dupla e ou nas duplas". O caso do vôlei de praia - que também vale para Juliana e Maria Elisa -, entretanto, não é único.
No dia 18 de fevereiro, a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte atendeu um pedido da reportagem da Agência Estado e enviou, por e-mail, uma listagem com todos os atletas beneficiados naquele momento.
A relação tinha, entre outros, os maratonistas aquáticos Samuel de Bona e Diogo Villarinho, que desde o Mundial de Kazan (Rússia), em agosto, não têm mais nenhuma chance de estar na Olimpíada, nem como reservas. Também estava na lista a boxeadora Clélia Costa, suspensa por doping.
Questionado, o Ministério do Esporte enviou nova lista cinco dias depois, já sem esses nomes. A pasta explicou que "o processo de desligamento segue rito administrativo e demanda respeito aos trâmites, para que a decisão seja tomada pelo Grupo de Trabalho".
Eliminados da corrida olímpica em agosto, por mais três meses, até novembro, Villarinho e De Bona receberam do governo para treinar para a Olimpíada.
A mesma demora é vista até agora no tae kwon do. Raphaella Galacho, por exemplo, é atleta da categoria mais pesada da modalidade, para atletas de mais de 67kg.
O Brasil só tem direito a disputar os Jogos Olímpicos em duas modalidades femininas e a CBTKD já informou à federação internacional que escolheu as duas mais leves: até 49kg e até 57kg. Mesmo assim, Rapahella continua recebendo a Bolsa Pódio.
Ela não tem nenhum resultado expressivo na carreira, mas foi contemplada porque ocupa o 20.º lugar do ranking olímpico, no limite do critério para a concessão da bolsa.
Essa regra também cria algumas peculiaridades, como o benefício à dupla de nado sincronizado do Brasil, formada por Luisa Nunes (neta do presidente da CBDA, Coaracy Nunes) e Maria Eduarda Miccuci. A meta delas é se classificar à final, entre as 12 primeiras, mas não há qualquer possibilidade de disputa pelo pódio.
Já no ciclismo de pista são quatro os beneficiados pela bolsa, numa consequência do 14.º lugar do Brasil no ranking mundial da prova de velocidade por equipes. Mas só os nove primeiros vão à Olimpíada e, ao que tudo indica, o Brasil sequer vai conquistar vaga no Rio-2016.
No judô, o Brasil terá 14 atletas no Rio-2016, mas 21 judocas são atualmente beneficiados pela Bolsa Pódio. Na ginástica artística masculina, são oito contemplados, mas apenas cinco vagas na Olimpíada. De acordo com o Ministério do Esporte, a lista ainda poderá ser enxugada até os Jogos.
"A retirada ou permanência do atleta se deve às definições e datas estabelecidas pelo guia de qualificação de cada modalidade e da comunicação oficial por parte de suas devidas confederações ao Ministério."