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"Codinome Tóquio" e "frango japonês": como facção de SP se referia a Moro e promotor

De acordo com as investigações da Polícia Federal, servidores públicos e políticos eram alvo de plano executado por grupo criminoso para sequestro e morte

Assim como Sergio Moro, sua mulher e filhos, Lincoln Gakiya e sua família passaram a ser escoltados por policiais (Marcello Casal/Agência Brasil)

Assim como Sergio Moro, sua mulher e filhos, Lincoln Gakiya e sua família passaram a ser escoltados por policiais (Marcello Casal/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 22 de março de 2023 às 15h48.

Última atualização em 22 de março de 2023 às 16h13.

Integrantes da maior facção criminosa do país utilizam codinomes para se referir a seus alvos, de acordo com as investigações da Polícia Federal. O ex-juiz e senador Sergio Moro era tratado em trocas de mensagens como “Tóquio” durante a execução do plano para sequestro e morte de servidores públicos e políticos. Já o promotor de Justiça Lincoln Gakiya já foi citado como “frango japonês” em cartas cifradas apreendidas em presídios onde estavam os chefes do mesmo grupo criminoso.

Como atuava a facção?

As investigações mostraram que os suspeitos planejavam homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação — no Distrito Federal, em Roraima, no Paraná, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea. Em relação a Sergio Moro, a retaliação era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios implementadas durante sua gestão a frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O inquérito apontou ainda que os bandidos alugaram imóveis próximos a endereços do senador e se revezavam no monitoramento dele e de sua família, em Curitiba, no Paraná. Eles chegaram a cogitar, inclusive, a possibilidade de sequestrá-lo para negociar a liberação de Marcos Camacho, o Marcola, apontado como chefe da facção.

Já em relação a Lincoln Gakiya, que compõe o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em Presidente Prudente, São Paulo, a insatisfação dos criminosos aumentou quando ele solicitou a transferência de Marcola da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau para presídios federais, em 2018.

Naquela ocasião, diversos planos para a morte do promotor foram identificados, entre eles o que estava descrito em duas cartas apreendidas em que os bandidos sugeriam que já haviam levantado suas informações pessoais e o chamavam de “frango japonês”.

Assim como Sergio Moro, sua mulher e filhos, Lincoln Gakiya e sua família passaram a ser escoltados por policiais. Em entrevista ao O Globo, ele contou, na época, que, além de ser acompanhado por homens armados 24 horas por dia, utiliza carro blindado e fez cursos de tiro.

"Dentro do possível, minha vida é normal. Vou à academia, pescar, corro no parque... Não posso viver encarcerado na minha residência. Mas é claro que não é agradável explicar para os seus filhos, para sua mulher e sua mãe por que tem tanta polícia na porta da sua casa", diz Gakiya

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