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CNJ pesquisa racismo no sistema judicial

Conselho anunciou que vai realizar uma pesquisa para verificar se os jovens negros sofrem algum tipo de discriminação no sistema judicial

Justiça: estudo também quer verificar se jovens negros têm o mesmo tratamento dispensado aos brancos quando acusados de algum delito (Oxford/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 17h21.

São Paulo - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou nesta quinta-feira, 30, que vai realizar uma pesquisa para verificar se os jovens negros , na condição de réus, sofrem algum tipo de discriminação no sistema judicial. O estudo, que será conduzido pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias, também quer verificar se eles têm o mesmo tratamento dispensado aos brancos quando acusados de algum delito.

"Os jovens negros muitas vezes enfrentam a impossibilidade de acesso à Justiça ", disse o conselheiro Guilherme Calmon. Ele coordenou a reunião realizada na terça-feira, 28, com representantes de instituições que participam do Protocolo de Atuação para a Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência, assinado em outubro de 2013. Foi nessa reunião que se definiram os primeiros passos do estudo.

O CNJ não divulgou dados sobre a situação dos jovens negros no sistema judicial. Sabe-se, no entanto, que constituem a maioria da população carcerária no País. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, mais da metade dos presos - 54% - são pretos ou pardos.

Após a reunião de terça-feira, 28, o juiz Douglas Martins, que atua como auxiliar da presidência do CNJ e coordena o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário Nacional, qualificou como passo importante a inclusão da questão racial na pauta do Poder Judiciário. De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, ele também disse que estão previstos seminários sobre o tema e o encaminhamento de uma proposta à Escola Nacional da Magistratura de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados para que inclua no currículo de todas as escolas da magistratura matéria sobre discriminação racial.

O Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais defendeu a criação de núcleos especializados no combate ao racismo nas defensorias públicas e o fortalecimento da ação da defensoria no caso de prisão de jovens negros.

Discriminação nos salários

O anúncio do CNJ foi feito no mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) divulgou uma nova pesquisa sobre emprego no País. Ela aponta que, em 2013, pessoas de cor preta ou parda ganharam, em média pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca.

Em valores, isso dá uma média salarial de R$ 1.374,79 para os trabalhadores negros, enquanto a média dos trabalhadores de cor branca foi de R$ 2.396,74.

Nos últimos dez anos, essa desigualdade diminuiu: desde 2003, o salário dos negros subiu, em média, 51,4%, enquanto o dos brancos aumentou uma média de 27,8%.

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São Paulo - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) anunciou nesta quinta-feira, 30, que vai realizar uma pesquisa para verificar se os jovens negros , na condição de réus, sofrem algum tipo de discriminação no sistema judicial. O estudo, que será conduzido pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias, também quer verificar se eles têm o mesmo tratamento dispensado aos brancos quando acusados de algum delito.

"Os jovens negros muitas vezes enfrentam a impossibilidade de acesso à Justiça ", disse o conselheiro Guilherme Calmon. Ele coordenou a reunião realizada na terça-feira, 28, com representantes de instituições que participam do Protocolo de Atuação para a Redução de Barreiras de Acesso à Justiça para a Juventude Negra em Situação de Violência, assinado em outubro de 2013. Foi nessa reunião que se definiram os primeiros passos do estudo.

O CNJ não divulgou dados sobre a situação dos jovens negros no sistema judicial. Sabe-se, no entanto, que constituem a maioria da população carcerária no País. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional, mais da metade dos presos - 54% - são pretos ou pardos.

Após a reunião de terça-feira, 28, o juiz Douglas Martins, que atua como auxiliar da presidência do CNJ e coordena o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário Nacional, qualificou como passo importante a inclusão da questão racial na pauta do Poder Judiciário. De acordo com a assessoria de comunicação da instituição, ele também disse que estão previstos seminários sobre o tema e o encaminhamento de uma proposta à Escola Nacional da Magistratura de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados para que inclua no currículo de todas as escolas da magistratura matéria sobre discriminação racial.

O Conselho Nacional de Defensores Públicos Gerais defendeu a criação de núcleos especializados no combate ao racismo nas defensorias públicas e o fortalecimento da ação da defensoria no caso de prisão de jovens negros.

Discriminação nos salários

O anúncio do CNJ foi feito no mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) divulgou uma nova pesquisa sobre emprego no País. Ela aponta que, em 2013, pessoas de cor preta ou parda ganharam, em média pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca.

Em valores, isso dá uma média salarial de R$ 1.374,79 para os trabalhadores negros, enquanto a média dos trabalhadores de cor branca foi de R$ 2.396,74.

Nos últimos dez anos, essa desigualdade diminuiu: desde 2003, o salário dos negros subiu, em média, 51,4%, enquanto o dos brancos aumentou uma média de 27,8%.

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