Acompanhe:

Classe média acredita que voto tem poder, diz pesquisa

Ainda usuários, em sua maioria, do sistema público, especialmente em saúde e educação, boa parte dessa classe média é bastante crítica ao serviço oferecido pelo Estado

Modo escuro

Continua após a publicidade
Pessoa utilizando uma urna eletrônica (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Pessoa utilizando uma urna eletrônica (Elza Fiúza/Agência Brasil)

L
Lisandra Paraguassu

Publicado em 12 de novembro de 2012 às, 22h07.

Brasília - Vinte e sete anos depois do fim da ditadura militar, parte da nova classe média brasileira parece preferir um governo que funcione às liberdades civis. Uma pesquisa feita pelo instituto Data Popular, que investiga o pensamento desse grupo social que aumentou significativamente nos últimos 10 anos, mostrou que 51% dos entrevistados concorda com a frase "Prefiro uma ditadura competente do que uma democracia incompetente".

Ao mesmo tempo, boa parte dos entrevistado acha que seu voto tem poder: 67% deles concordam com a afirmação "o meu voto pode melhorar a política brasileira", uma contradição com a possibilidade de aceitar um sistema em que o voto não tem validade nenhuma.

"Esse é um ponto que realmente vai chamar muita atenção. Mas o que vimos na pesquisa não é um desapego à democracia. A maior evidência disso é a importância que os entrevistados dão ao voto", afirma o diretor do Data Popular, Renato Meirelles. "Pode-se dizer que é mais uma cobrança pela ineficiência do Estado do que um saudosismo da ditadura".


Ainda usuários, em sua maioria, do sistema público, especialmente em saúde e educação, boa parte dessa classe média é bastante crítica ao serviço oferecido pelo Estado e começa a cobrar por melhorias no atendimento. De acordo com a pesquisa, que foi terminada na semana passada, 78% da classe média está insatisfeita com a qualidade dos serviços no sistema público de saúde e 60% acha ruim as escolas de ensino fundamental e médio. Apenas o ensino superior não é tão criticado: 42% acham adequada e 8% acham alta a qualidade.

"Uma coisa é o Estado quando o cidadão não paga imposto. Agora, com pleno emprego, o imposto é retido na fonte e a pessoa passa a ser um consumidor do serviço público, que não são gratuitos, são pagos. Não é mais um favor, é um direito" analisa Meirelles.

Ao mesmo tempo, esse cidadão da nova classe média não tem dúvidas de que o dever do Estado é oferecer educação e saúde de qualidade: mais de 70% dos entrevistados defendem isso.

A pesquisa, feita dentro do projeto Vozes da Classe Média, ouviu 2 mil pessoas com renda familiar per capita mensal entre R$ 1.540,00 e R$ 2.813,00, em 56 cidades brasileiras. Os números, recém-fechados, serão colocados à disposição da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República que, hoje, estuda o perfil dessa nova classe média.

Últimas Notícias

Ver mais
Portugal: Centro-direita faz acordo com socialistas para destravar votação para o Legislativo
Mundo

Portugal: Centro-direita faz acordo com socialistas para destravar votação para o Legislativo

Há um dia

Como ser mesário: o que faz e como trabalhar nas eleições 2024
Guia do Cidadão

Como ser mesário: o que faz e como trabalhar nas eleições 2024

Há 2 dias

PL lança nome em Campo Grande e pode separar palanques de Bolsonaro e Tereza Cristina
Brasil

PL lança nome em Campo Grande e pode separar palanques de Bolsonaro e Tereza Cristina

Há 2 dias

Pela primeira vez, Brasil questiona inabilitação de candidata da oposição na Venezuela
Mundo

Pela primeira vez, Brasil questiona inabilitação de candidata da oposição na Venezuela

Há 2 dias

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais