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Citi diz que programa de Marina é favorável a bancos

Analistas apontam que programa trará benefícios a bancos e concessionárias de infraestrutura, mas poderia ser negativo para a indústria

Marina Silva e Beto Albuquerque: para analistas, programa é economicamente conservador e socialmente liberal (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 14h34.

São Paulo  - O programa de governo da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, divulgado na semana passada, caso implantado traria benefícios a bancos privados e a concessionárias de infraestrutura, mas poderia ser negativo para algumas empresas do setor industrial, apontaram analistas do Citi em relatório nesta terça-feira.

Os analistas Stephen Graham e Fernando Siqueira afirmaram que o programa da candidata é economicamente conservador e socialmente liberal, mesclando sustentabilidade social e ambiental com políticas fiscal e monetária ordotoxas.

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"As propostas macro são uma resposta direta às críticas do mercado à política vigente", disseram os analistas, acrescentando que políticas fiscal e monetária com credibilidade podem exigir medidas duras no próximo ano. "Provavelmente envolvem movimentos iniciais dolorosos nas taxas de juros, impostos, gastos públicos e nos empréstimos dos bancos públicos que podem manter a economia crescendo em marcha lenta em 2015."

Para eles, a proposta de Marina de desconcentrar o crédito corporativo, com redução do papel dos bancos públicos, traria mais espaço para os bancos privados crescerem. No setor de infraestrutura, concessionárias como CCR, Ecorodovias, Arteris, Cosan e ALL são potenciais beneficiárias, uma vez que o programa prevê "recorrer mais fortemente a parcerias público-privadas (PPPs) e a licitações de concessões".

A Cosan e a São Martinho também poderiam ser favorecidas pelo foco do programa em biocombustíveis, afirmaram os analistas.

O Citi destacou que o programa do PSB para o comércio exterior prevê a revisão das políticas de conteúdo local para as indústrias automotiva e de petróleo, e o estabelecimento de datas claras para o término e revisão periódicas das barreiras à importação.

Essas propostas poderiam ser negativas para algumas indústrias, como as siderúrgicas Gerdau, Usiminas e CSN, a petroquímica Braskem, a empresa de materiais de construção Duratex e a empresa de produtos farmacêuticos Hypermarcas, entre outras.

A Petrobras, por sua vez, poderia tirar proveito de uma eventual redução de regras para conteúdo local que atualmente elevam seus custos de investimento.

A promessa de construir 4 milhões de moradias até 2018 no programa Minha Casa, Minha Vida é positiva para MRV, Direcional Engenharia, Cyrela e Gafisa. No entanto, a proposta "entra em conflito com a intenção de reduzir o déficit federal e tirar a ênfase do crédito via bancos públicos", escreveram os analistas do Citi.

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