Ciro Gomes: "Nenhum dos altíssimos dignitários do PSDB passaram qualquer tipo de constrangimento" (Adriano Machado/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2018 às 19h48.
Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes defendeu nesta tarde que os partidos de esquerda tenham uma liderança forte na disputa presidencial e cobrou que a Justiça brasileira adote com os demais investigados o mesmo rigor aplicado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para o presidenciável, a sociedade ficou "desconfiada" de que a lei só é dura com o PT e com Lula. "Parece que a lei severa só vale para um lado no Brasil. A lei severa é muito boa se ela valer para todos", pregou Ciro.
Pouco antes de sua participação no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, Ciro disse que o desequilíbrio na condução dos processos está incomodando a sociedade brasileira. "Nenhum dos altíssimos dignitários do PSDB passaram qualquer tipo de constrangimento", criticou.
Sem citar diretamente o nome da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), o pré-candidato disse considerar "exótico" que um magistrado tenha dado um voto contra o habeas corpus do ex-presidente Lula mesmo sendo pessoalmente contra a prisão após condenação em segunda instância. "É muito exótico tudo isso para um velho professor de Direito", ironizou. Ciro disse esperar que os advogados de Lula possam encontrar uma solução rápida para sua situação e desejou que a "ida e vinda" da Justiça possa ser "corrigida".
Sobre apoio do PT à sua candidatura, Ciro defendeu dar um tempo para o partido de Lula se situar na disputa presidencial e afirmou que é preciso ter paciência com o momento difícil que os petistas estão vivendo. O pré-candidato pregou serenidade e disse que não se pode tomar decisões "de cabeça quente" neste momento. "Não é trivial o que está acontecendo (com o PT)", justificou. Ciro disse ainda que se pode considerar injusta a condenação de Lula, mas que não cabe classificá-lo como preso político.
Ciro também comentou o projeto em tramitação na Câmara dos Deputados que trata da desestatização da Eletrobrás. "Privatização da Eletrobrás é crime porque entrega o regime de águas aos estrangeiros", declarou.