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Ciro culpa PT e Lula por ascensão de Bolsonaro

Ex-ministro evitou apoiar explicitamente Haddad, parecendo dar como certa a vitória de Bolsonaro, e já se posicionou como líder da futura oposição

Ciro: ex-ministro de Lula obteve 12,5% dos votos no primeiro turno, atrás de Bolsonaro (46%) e de Haddad (29%) (Nacho Doce/Reuters)
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AFP

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 12h41.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 13h34.

Ciro Gomes , terceiro colocado no primeiro turno da eleição presidencial, acusou o Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ter propiciado a vitória de Jair Bolsonaro.

"O PT elegeu Bolsonaro", sentenciou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo divulgada nesta quarta-feira.

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"O lulopetismo virou um caudilhismo corrupto e corruptor que criou uma força antagônica que é a maior força política no Brasil hoje. E o Bolsonaro estava no lugar certo, na hora certa", acrescentou Ciro Gomes, do Partido Democrata Trabalhista (PDT).

Ciro, ex-ministro de Lula de 60 anos, obteve 12,5% dos votos no primeiro turno, atrás de Bolsonaro (46%) e de Haddad (29%).

Em um primeiro momento, declarou seu "apoio crítico" a Haddad, mas logo viajou para a Europa, sem se envolver na campanha do segundo turno.

Ao retornar, um dia antes da votação no último domingo, evitou apoiar explicitamente Haddad, parecendo dar como certa a vitória de Bolsonaro, e já se posicionou como líder da futura oposição, ao declarar que "o Brasil precisa a partir de segunda-feira é construir um grande movimento que por um lado defenda a democracia e pelo outro proteja os mais pobres dos ataques contra seus direitos".

Bolsonaro, um admirador da ditadura militar (1964-1985), venceu a eleição com 55% dos votos, contra 45% obtidos por Haddad.

"Não declarei voto ao Haddad porque não quero mais fazer campanha com o PT (...) Fomos miseravelmente traídos. Aí, é traição, traição mesmo. Palavra dada e não cumprida, clandestinidade, acertos espúrios, grana", disse na entrevista.

Na lista de reprovações, ele sustentou que o ex-presidente Lula (2003-2010) compactuou com o Partido Socialista (PSB) cargos nos dois governos para que esta força política não se aliasse ao PDT.

O cacique político do estado do Ceará assegurou que Lula, proibido de disputar a eleição por sua situação judicial, pediu a ele que fosse seu companheiro de chapa, um papel de Haddad antes que a candidatura de Lula fosse impugnada pela justiça.

"Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o Haddad cumpriu. E não aceitei. Me considerei insultado", afirmou.

O ex-candidato explicou ainda que ele próprio advertiu Lula da "roubalheira" articulada na Petrobras e sustentou que o ex-líder sindical se cercou de bajuladores.

"O Lula se corrompeu por isso, porque hoje está cercado de bajulador, com todo tipo de condescendências".

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