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Cheia do Madeira não tem a ver com hidrelétricas, diz CPRM

O Movimento dos Atingidos por Barragens relaciona a cheia do Madeira com a operação das usinas hidrelétricas

Cheia histórica do Rio Madeira: segundo diretor da CPRM, o que está causando a cheia é excesso de chuvas na Bolívia, onde ficam cabeceiras do rio (Lunae Parracho / Greenpeace)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 18h42.

Brasília - A operação das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau no Rio Madeira não influencia a cheia do rio, segundo avaliação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que monitora a vazão do rio.

“Não temos observado influência das usinas, porque elas são a fio d’água, não retêm água. Elas têm um protocolo de nível mínimo e máximo, e têm mantido isso o tempo inteiro. A água que entra, passa”, explica o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do CPRM, Thales Sampaio.

Segundo o diretor da CPRM, o que está causando a cheia no Rio Madeira é o excesso de chuvas na Bolívia, onde ficam as cabeceiras do rio.

“Choveu acima da média desde outubro na Bolívia, especialmente em janeiro e fevereiro”, diz o diretor. Segundo ele, esta é a maior cheia do Rio Madeira dos últimos 47 anos, desde que o nível do rio é medido. “É também a maior cheia de que temos notícia, deve ser de mais de 100 anos”.

O Movimento dos Atingidos por Barragens relaciona a cheia do Madeira com a operação das usinas hidrelétricas. “É impossível não ter influência, porque a barragem é feita para barrar a água, e temos duas barragens enormes aqui”, disse João Dutra, que é militante do movimento em Rondônia.

Por causa da cheia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico determinou o rebaixamento do nível do reservatório da Usina Santo Antônio, para evitar que as estruturas provisórias de Jirau fossem afetadas.


Com isso, foi necessário o desligamento de 11 das 17 turbinas de Santo Antônio, porque não há água suficiente na barragem para permitir o funcionamento dos equipamentos.

“O desligamento das turbinas da hidrelétrica tem causa exclusivamente técnica, e é em consequência da cheia histórica do Rio Madeira”, disse, em nota, a Santo Antônio Energia, responsável pela usina.

A empresa esclareceu também que não há qualquer risco de a barragem se romper em situação de cheia, porque tem capacidade para verter quase duas vezes a atual vazão do Rio Madeira.

A empresa afirma que não haverá problemas no fornecimento de energia, porque a energia que não está sendo gerada, neste momento, é compensada pelas usinas do Sistema Interligado Nacional.

A Hidrelétrica Santo Antônio opera com 17 turbinas, gerando aproximadamente 1,2 mil megawatts de energia. A usina de Jirau iniciou a operação com uma turbina de 75 megawatts.

A previsão da meteorologia é que chova bastante nos próximos 15 dias. “Podemos esperar que o Rio Madeira continue alto durante todo o mês de março”, diz Thales Sampaio, da CPRM.

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Brasília - A operação das usinas hidrelétricas Santo Antônio e Jirau no Rio Madeira não influencia a cheia do rio, segundo avaliação do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que monitora a vazão do rio.

“Não temos observado influência das usinas, porque elas são a fio d’água, não retêm água. Elas têm um protocolo de nível mínimo e máximo, e têm mantido isso o tempo inteiro. A água que entra, passa”, explica o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do CPRM, Thales Sampaio.

Segundo o diretor da CPRM, o que está causando a cheia no Rio Madeira é o excesso de chuvas na Bolívia, onde ficam as cabeceiras do rio.

“Choveu acima da média desde outubro na Bolívia, especialmente em janeiro e fevereiro”, diz o diretor. Segundo ele, esta é a maior cheia do Rio Madeira dos últimos 47 anos, desde que o nível do rio é medido. “É também a maior cheia de que temos notícia, deve ser de mais de 100 anos”.

O Movimento dos Atingidos por Barragens relaciona a cheia do Madeira com a operação das usinas hidrelétricas. “É impossível não ter influência, porque a barragem é feita para barrar a água, e temos duas barragens enormes aqui”, disse João Dutra, que é militante do movimento em Rondônia.

Por causa da cheia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico determinou o rebaixamento do nível do reservatório da Usina Santo Antônio, para evitar que as estruturas provisórias de Jirau fossem afetadas.


Com isso, foi necessário o desligamento de 11 das 17 turbinas de Santo Antônio, porque não há água suficiente na barragem para permitir o funcionamento dos equipamentos.

“O desligamento das turbinas da hidrelétrica tem causa exclusivamente técnica, e é em consequência da cheia histórica do Rio Madeira”, disse, em nota, a Santo Antônio Energia, responsável pela usina.

A empresa esclareceu também que não há qualquer risco de a barragem se romper em situação de cheia, porque tem capacidade para verter quase duas vezes a atual vazão do Rio Madeira.

A empresa afirma que não haverá problemas no fornecimento de energia, porque a energia que não está sendo gerada, neste momento, é compensada pelas usinas do Sistema Interligado Nacional.

A Hidrelétrica Santo Antônio opera com 17 turbinas, gerando aproximadamente 1,2 mil megawatts de energia. A usina de Jirau iniciou a operação com uma turbina de 75 megawatts.

A previsão da meteorologia é que chova bastante nos próximos 15 dias. “Podemos esperar que o Rio Madeira continue alto durante todo o mês de março”, diz Thales Sampaio, da CPRM.

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