Chapa Lula-Alckmin: negociações continuam nos próximos dias
Em meio a conversas sobre o futuro político, Geraldo Alckmin deve participar de jantar no domingo, com a presença também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Alessandra Azevedo
Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 06h00.
As negociações em torno das eleições de 2022 devem continuar nos próximos dias. Em meio a especulações sobre a possibilidade de integrar uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin participará de um jantar organizado pelo grupo Prerrogativas no domingo, 19, que também contará com a presença do petista.
O grupo Prerrogativas é um coletivo de advogados progressistas e antilavajatistas. No jantar, Lula e Alckmin devem dividir a mesma mesa. Na quinta-feira, 16, Alckmin afirmou que é hora de conversar antes de decidir o futuro político, depois de ter anunciado a saída do PSDB, na quarta-feira, 15.
"Eu dei o primeiro passo, agora, nós vamos ouvir muito, conversar muito, para poder dar um segundo passo", disse Alckmin, no6º Congresso Nacional do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), em Mongaguá, no litoral paulista.
O quadro desenhado para a eleição de 2022, até agora, mostra uma divisão clara entre duas candidaturas mais fortes, a de Lula e a de Jair Bolsonaro (PL), e uma terceira via ainda fragmentada. Entre os dois pré-candidatos com mais destaque nas pesquisas, há pelo menos nove nomes que se colocam como opção para ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2023.
Sergio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania), Luiz Felipe D’Avila (Novo), André Janones (Avante) e Leonardo Péricles (UP) se apresentam como alternativas para quem não quer Lula nem Bolsonaro.
As chapas ainda estão em fase de construção e devem ser anunciadas só no ano que vem. A expectativa é queparte dos nomes da terceira desembarque das candidaturas. Alguns deles devem sair para concorrer ao Senado, a algum governo estadual ou para ser vice de alguém.
Por enquanto, Moro está firme na ideia de ser cabeça de chapa. A entrada dele na disputa, para especialistas, prejudica mais Bolsonaro do que Lula. O ex-juiz da Lava-Jato e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, além de ser visto por alguns como uma opção de centro, é capaz de “roubar” votos do presidente, principalmente da parcela da direita do grupo antipetista e desiludida com o governo.