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CGU diz que símbolos da corrupção continuam soltos

Em seu discurso e depois em entrevista coletiva, Jorge Hage, ministro-chefe da CGU defendeu três medidas que considera fundamentais para reduzir a corrupção


	Jorge Hage: segundo o ministro, a reforma política deverá reduzir o número de partidos, os custos das campanhas e instituir o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais
 (Wikimedia Commons)

Jorge Hage: segundo o ministro, a reforma política deverá reduzir o número de partidos, os custos das campanhas e instituir o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2013 às 12h24.

Brasília – O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, disse hoje (9), que a prisão dos condenados por participar do Mensalão “é importante para mostrar que as instituições, quando querem, funcionam, mas estou convencido que eles [os condenados] não simbolizam a corrupção no país. Os símbolos da corrupção estão soltos”.

O ministro fez a declaração após discursar na solenidade do Dia Internacional contra a Corrupção, comemorado nesta quarta-feira (11), em Brasília. Indagado sobre quem são os símbolos da corrupção que continuam soltos no país, o ministro respondeu: “Não me cabe enumerar. Muitos, com certeza”.

Em seu discurso e depois em entrevista coletiva, Jorge Hage defendeu três medidas que considera fundamentais para reduzir a corrupção “a níveis em que deixe de figurar entre os grandes problemas nacionais e não contribua tanto para a corrosão da confiança nas instituições democráticas e na atividade política de modo geral”: reforma política, reforma do processo judicial e participação dos estados e municípios no esforço do governo federal para combater a corrupção.

Segundo o ministro, a reforma política deverá reduzir o número de partidos, os custos das campanhas e instituir o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais.

“Enquanto isso não for possível, [é importante] suprimir, pelos menos, o financiamento empresarial das campanhas e dos partidos políticos”, como forma de combater a corrupção.

Sobre a reforma do processo judicial, Hage defendeu a aprovação de uma mudança na legislação cível e penal pelo Congresso, por considerar o sistema atual “intoleravelmente moroso, pelas excessivas possibilidades recursais e protelatórias em geral, e extremamente discriminatório, já que os criminosos de colarinho branco endinheirados podem retardar um processo por 15 a 20 anos, com a defesa técnica por parte de bons advogados”.


Sobre a integração de estados e municípios no combate à corrupção, o ministro disse que é preciso respeitar a autonomia dos entes da Federação, mas é necessário avançar no debate, “pois de outro modo a cultura e a sensação de corrupção dificilmente se modificarão, pois o cidadão comum não faz distinção entre as esferas de governo, nem entre poderes constituídos.

O ministro ressaltou que “o mais importante é que, nos últimos dez anos, o Brasil despertou e deu início à transformação significativa nessa área e continua avançando a cada ano. Essa luta sistemática contra a corrupção, em favor da ética e da integridade, há de sensibilizar, algum dia, aqueles de quem depende a aprovação de certas mudanças institucionais, constitucionais e legais”.

O dia 9 de dezembro foi instituído como Dia Internacional contra a Corrupção em homenagem à assinatura da Convenção da ONU contra a Corrupção, em 2003, no México e cabe à CGU acompanhar a implantação da Convenção no Brasil.

Durante a solenidade de hoje, foram entregues os prêmios do 1º Concurso de Boas Práticas instituído pela CGU e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Undoc). Houve também o lançamento de um selo postal pelos Correios, em homenagem à data e a entrega de uma placa ao ex-ministro da CGU, Waldir Pires, pela Associação dos Auditores Federais de Controle Interno (Anafic).

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