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CET desliga rádios de marronzinhos

A medida é parte da redução de gastos de custeio para garantir investimentos prometidos pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e a saúde das contas


	Um marronzinho, que  pediu anonimato, afirmou que com o rádio, em caso de ocorrência, bastava apertar um botão e todas as equipes sabiam do problema
 (Fernando Moraes/Veja São Paulo)

Um marronzinho, que  pediu anonimato, afirmou que com o rádio, em caso de ocorrência, bastava apertar um botão e todas as equipes sabiam do problema (Fernando Moraes/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 16h35.

São Paulo - A Prefeitura de São Paulo decidiu não renovar o contrato que garantia a comunicação por rádio de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Os aparelhos das viaturas começaram a ser desligados nesta quinta-feira, 18. A medida é parte da redução de gastos de custeio para garantir investimentos prometidos pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e a saúde das contas diante da redução da tarifa de ônibus, anunciada no mês passado após protestos.

Agora, os agentes que desempenham funções como remoção de veículos quebrados ou desvio do trânsito para facilitar o trabalho de ambulâncias têm apenas com um palmtop especial da CET com função de telefone celular para fazer contato com as centrais. Chamado Pidion, esse equipamento também é usado como coletor de dados pelos agentes. No entanto, há relatos de falhas como baterias que acabam antes do fim do expediente, deixando os marronzinhos "mudos".

Com a aposentadoria do rádio foi possível fazer uma economia de R$ 9 milhões, segundo a CET informou por meio de nota. No entanto, dos cerca de 2,6 mil contatos por voz diários entre agentes e centrais, apenas mil são pelo celular. A CET informou que estuda a compra de um novo modelo de comunicação.

Na rua

No centro e nas zonas oeste e leste da capital paulista, agentes disseram ao Estado que a dependência no palmtop diminui o ritmo de trabalho. "É um celular. Às vezes, as mensagens vêm por texto e você tem de ficar lendo", disse uma agente, que não quis ter o nome divulgado.

Outro marronzinho, que também pediu anonimato, afirmou que com o rádio, em caso de ocorrência, bastava apertar um botão e todas as equipes sabiam do problema - agilizando eventual apoio operacional. "Com o telefone, tem de ligar na central, esperar alguém atender, contar o QRU (sigla para "problema", na linguagem dos rádios) e esperar que chamem o apoio."

Em uma das viaturas, o rádio já havia sido desligado. Em outra, ainda não - e agentes ainda conseguiam se comunicar entre si, mas sem contato com a central de operações.

O presidente do Sindiviários, sindicato que representa os marronzinhos, Reno Ale, afirmou que a entidade faz críticas à falta do rádio há anos. "As repetidoras do sinal já vinham sendo desligadas, sucateadas, e a resposta sempre foi o Pidion. É um erro. O sistema facilita a transmissão de dados, mas essa é só parte da comunicação que o agente faz. Mas a comunicação ágil é pelo rádio", afirmou o presidente da entidade.

Aperto

A falta de rádio não é a única economia do sistema de trânsito. Por falta de lâmpadas de reposição, a companhia canibalizava os semáforos - retirando lâmpadas de conjuntos que estavam em ordem para garantir pelo menos o verde e o vermelho acessos de faróis quebrados.

Em março deste ano, a CET chegou a publicar um edital para pedir doações de material de escritório e mobília. Na mesma época, o prefeito anunciou liberação de R$ 150 milhões para reformar o parque semafórico. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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