Câmara: acordo final só será firmado após o carnaval, assim como a definição das demais comissões (Marcos Oliveira/Agência Senado)
Agência O Globo
Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 10h19.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2020 às 10h21.
Brasília — A disputa pela presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, a mais importante da Casa, gerou uma divisão nos partidos do centrão. A maioria dos líderes agora acredita que a indicação cabe ao MDB, e não ao Republicanos, como alguns argumentavam antes.
Em uma reunião nesta terça-feira, lideranças do PP, PL, Solidariedade e MDB lembraram que, no ano passado, na eleição do atual presidente, Rodrigo Maia, ficou definido que o presidente da CCJ seria do MDB em 2020. No ano passado, coube ao PSL a indicação, e o escolhido foi Felipe Francischini (PR).
Na conversa desta terça-feira, alguns, como o líder do PP Arthur Lira (AL), lembraram de terem sido testemunhas oculares da conversa que selou o destino da CCJ com o MDB neste ano. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), é vice-presidente da Câmara — para os demais líderes, acumular a vice com a CCJ seria dar poder demais a um só partido.
O presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) não participou da conversa com os líderes do centrão. Representantes do Republicanos tampouco estavam presentes. O acordo final só será firmado após o carnaval, assim como a definição das demais comissões.
Há uma ordem de escolha dos partidos das comissões de suas preferências. O Republicanos está em sétimo lugar, depois do PSL, PP, PSD, PL e MDB. Por isso, não poderá forçar sua predileção pela CCJ se os líderes que estão na frente na fila não estiverem de acordo.
Com o acordo traçado entre os principais líderes do centrão em torno do MDB, o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG) perde o favoritismo que tinha à presidência da CCJ. O MDB ainda não sabe quem irá indicar para a presidência.