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Censo do IBGE conta com 66% da população estimada, bem abaixo do esperado

Com a lentidão, o trabalho de campo vai se estender até meados de dezembro, segundo Azeredo, sem especificar uma data

Segundo Azeredo, o principal motivo para o atraso no ritmo de coleta de informações é a falta de recenseadores (LightRocket/Getty Images)

Segundo Azeredo, o principal motivo para o atraso no ritmo de coleta de informações é a falta de recenseadores (LightRocket/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de novembro de 2022 às 13h20.

Última atualização em 1 de novembro de 2022 às 13h41.

Após 93 dias de trabalho de campo, o Censo 2022 contou 66% da população estimada, informou nesta terça-feira, 1º de novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cobertura, nessa altura do trabalho de coleta de informações, é bem abaixo do esperado, disse o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. Com a lentidão, o trabalho de campo vai se estender até meados de dezembro, segundo Azeredo, sem especificar uma data.

No início de outubro, quando adiou o término da coleta de informações do Censo 2022 para dezembro, o IBGE já não havia especificado uma data. Ainda assim, a expectativa anunciada na ocasião era terminar o trabalho no início de dezembro — no planejamento inicial, a coleta de informação seria terminada até o fim de outubro.

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Apesar do novo adiamento, Azeredo garantiu que os primeiros resultados do Censo 2022 serão divulgados em 28 de dezembro. Essa meta foi definida com o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo Azeredo, como é feito tradicionalmente, o IBGE apresentará ao órgão de controle apenas os dados preliminares do total populacional desagregado por cada município do País. A informação é essencial para atualizar a divisão dos valores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pelo qual o governo federal distribui recursos para as prefeituras.

Segundo Azeredo, o principal motivo para o atraso no ritmo de coleta de informações é a falta de recenseadores, problema que o IBGE tem relatado desde o início do processo. Para visitar cada domicílio do País, o órgão abriu 183 mil vagas de recenseador. No fim de outubro, havia 105,8 mil contratados, mas apenas 90,5 mil estavam efetivamente trabalhando.

"A grande dificuldade que o IBGE está tendo nesse Censo é a falta de recenseadores. Viemos de dois concursos cancelados. Isso está muito relacionado ao fato de termos taxa de desocupação mais baixa em alguns Estados", afirmou Azeredo.

Segundo o diretor do IBGE, o mercado de trabalho aquecido em determinadas localidades do País, principalmente nas áreas de influência do agronegócio, tem atraído poucos interessados em trabalhar como recenseador. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo foram citados entre os Estados mais atrasados.

Para solucionar o problema, o IBGE tem melhorado a contratação, por meio de concursos simplificados que estão abertos no momento e vai aumentar a remuneração, disse Azeredo.

Desde o início do trabalho de campo, recenseadores têm relatado também atrasos nos pagamentos. Azeredo reconheceu que houve um "problema de sistema no pagamento" no início do período de coleta, mas, no momento, os atrasos estariam regularizados. Desde o início do trabalho de campo, também tem havido relatos de hostilidade da população em relação aos recenseadores e recusa de parte das pessoas em responder ao questionário, mas Azeredo considera o efeito desses problemas menos importante.

O diretor do IBGE garantiu também que, se for necessário, o órgão pedirá uma elevação no orçamento do Censo 2022 para o Ministério da Economia. Por enquanto, segundo Azeredo, o aumento não é necessário. Caso haja a necessidade de ampliar novamente a remuneração dos recenseadores em próximas contratações, a necessidade poderá surgir, disse o diretor.

Azeredo ainda fez um apelo aos prefeitos de todo o País. "Apelo a prefeitos que se tornem influenciadores censitários", afirmou o diretor.

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