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CCR vence leilão da Dutra com lance de 1,7 bilhão de reais; veja vídeo

Com investimentos previstos de 15 bilhões de reais, concessão é a maior do setor rodoviário da história do país; contrato inclui melhorias que devem custar 11 bilhões de reais

Dutra: a disputa ficou restrita à CCR, atual administradora da Dutra, e à EcoRodovias, que entregaram os envelopes com as propostas no início da semana (Eduardo Frazão/Exame)

Dutra: a disputa ficou restrita à CCR, atual administradora da Dutra, e à EcoRodovias, que entregaram os envelopes com as propostas no início da semana (Eduardo Frazão/Exame)

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Carla Aranha

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 14h59.

Última atualização em 11 de novembro de 2021 às 21h57.

Em uma disputa intensa, com vários lances, a CCR levou a concessão rodoviária mais disputada do país. Com uma oferta de desconto máximo na tarifa de pedágio e valor de outorga de 1,7 bilhão de reais, a empresa ganhou a licitação da Rodovia Presidente Dutra, em leilão realizado nesta sexta-feira, dia 29, na B3, em São Paulo.

O leilão contou com a presença do ministro Tarcísio de Freitas, da infraestrutura, e Natália Marcassa, secretária de Planejamento e Parcerias da pasta, além de executivos da CCR e da EcoRodovias, que disputaram o leilão. A EXAME foi o único veículo presente na B3.

"Foi um leião de quase 1,8 bilhão de reais, que superou as expectativas, e é um prenúncio de que as concessões serão um sucesso", disse Tarcísio de Freitas em entrevista exclusiva à EXAME. "É o maior leilão da nossa história, acabamos de contratar 15 bilhões de reais de investimento.

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"Tem muita inovação nesse leilão. Estamos inaugurando uma nova era de leilões no Brasil. Podíamos ter prorrogado o contrato, mas optamos por fazer uma nova licitação adequando a rodovia a um novo momento do país", disse Freitas.

Segundo o Ministério da Infraestrutura, o valor do pedágio deve cair 35% para os usuários. O contrato de concessão estipula investimentos de 15 bilhões de reais ao longo de 30 anos — outros 11 bilhões de reais são calculados como custos operacionais imprescindíveis. “Era uma briga de gigantes mesmo, não havia espaço para empresas com menor capacidade de investimento e entrega de resultados”, diz André Luiz Freire, sócio do escritório Mattos Filhos.

A disputa ficou restrita à CCR, atual administradora da Dutra, e à EcoRodovias, que entregaram os envelopes com as propostas no início da semana.

De acordo com as regras do edital, os proponentes puderam oferecer um deságio de no máximo 15,31% na tarifa do pedágio. A intenção era não canibalizar a concessão com descontos muito grandes que pudessem acabar dificultando, no médio e longo prazo, a execução do contrato. Vencida a etapa dos lances pela menor tarifa, dentro do limite estabelecido, os competidores passaram a disputar o maior valor de outorga.

A Dutra é considerada a joia da Coroa das licitações rodoviárias. Com uma receita anual de cerca de 1,4 bilhão de reais, a rodovia representa mais de 10% do faturamento total da CCR. A estrada conecta mais de 35 municípios e 23 milhões — seus 402 quilômetros são responsáveis pelo transporte de mercadorias que equivale à metade do PIB nacional.

(Eduardo Frazão/Exame)

O novo operador da Dutra também vai administrar o trecho da BR-101 entre o Rio de Janeiro e Ubatuba, em São Paulo, incluído na licitação, no qual precisarão ser feitas melhorias. Em 80 quilômetros da BR-101, deverão ser construídos 2,2 quilômetros de túneis e passarelas para animais. As obras mais vultosas, no entanto, serão realizadas na Serra das Araras, no Rio de Janeiro, e nas imediações da cidade de São Paulo, a um custo estimado de 3 bilhões de reais.

Entre as inovações, a implementação de iluminação por LED em toda a Dutra e de conectividade, para eliminar os pontos-cegos onde não há sinal de internet, são alguns dos maiores destaques. A CCR já realizou o mapeamento dos locais sem acesso à internet e os pontos nos quais será preciso instalar torres de transmissão.

Outra novidade é o sistema de free flow, em que o usuário paga um valor de pedágio proporcional ao trecho percorrido. A modalidade será implementada inicialmente entre a cidade de Arujá e São Paulo. Os motoristas poderão optar por uma tag colocada no carro, como no Sem Parar, ou pela leitura da placa do veículo.

“O mercado tem uma preocupação a respeito de quantos usuários de fato vão pagar pelo serviço, já que há um grande nível de inadimplência em relação a multas”, diz Maurício Endo, sócio da consultoria KPMG. “Mas acredito que a questão terá um desfecho favorável”.

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