Casos de ebola diminuem contratação de haitianos no país
Há quatro anos, forte imigração de haitianos tem ocorrido nas fronteiras com a Bolívia e com o Peru
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2014 às 12h00.
Brasília - A Secretaria de Justiça e Direitos humanos do Acre constatou nos últimos meses a queda na procura por empresários – especialmente de estados do Sul – de mão de obra haitiana.
Há quatro anos, tem ocorrido uma forte imigração de haitianos que entram, geralmente, de forma ilegal no país pelos municípios de Brasileia, fronteira com a Bolívia, e de Assis Brasil, fronteira com o Peru. Ao chegar nos municípios brasileiros, os haitianos têm vistos provisórios emitidos pela Polícia Federal
De acordo com o secretário Nilson Mourão, nos últimos dois meses, apenas uma empresa mostrou interesse em recrutar os estrangeiros. Nos meses anteriores, ocorriam cerca de 100 contratações por semana.
Ele acredita que a epidemia do ebola, em países da África, seja responsável falta de interesse do empresariado.
“Nós atribuímos isso ao fenômeno da divulgação ampla, no mundo inteiro, a respeito dos perigos do ebola. Essa deve ter sido a causa principal. De fato, já faz tempo que nenhuma empresa se apresenta para recrutar imigrantes. Nós temos procurado tomar os cuidados devidos, mas não há dúvidas que as informações que circulam diariamente nos meios de comunicação levam as pessoas a ficarem muito cautelosas”, ressaltou Mourão.
A pesquisadora Letícia Mamede acredita que os empresários estejam preferindo contratar os imigrantes alojados em São Paulo. Desde abril, o governo acriano está patrocinando a viagem dos haitianos àquele Estado.
“Hoje existe um encaminhamento desses imigrantes do Acre para São Paulo. Então, o empresariado que se dispõe a contratá-los encontra a possibilidade de procurar essa força de trabalho imigrante no centro de São Paulo, onde funciona uma estrutura de serviço público da prefeitura. Eles podem ser localizados com certa facilidade”, disse o secretário.
O padre Paolo Parise, coordenador da Casa do Migrante, em São Paulo, onde os haitianos vindos do Acre ficam instalados, confirma a informação.
“Algumas empresas comentaram que antigamente elas iam para o Acre e, agora, vem para cá, depois que ficaram sabendo que a gente oferecia esse serviço de encontro entre as empresas e imigrantes haitianos e de outras nacionalidades”.
Parise acrescentou que as empresas, geralmente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, já procuram os serviços de estrangeiros, em São Paulo, para oferecer vagas aos imigrantes haitianos. Segundo ele, algumas empresas contrataram os haitianos em 2013 e retornaram ao estado para contratar novos imigrantes.
Os haitianos começaram a migrar para o Brasil em dezembro de 2010. De lá para cá, entraram de forma irregular, pelo Acre, mais de 20 mil pessoas.
A Casa do Migrante de São Paulo, atendeu 3.231 imigrantes de de vários países, entre fevereiro e junho do ano passado. Desse total, 27% eram haitianos.
Brasília - A Secretaria de Justiça e Direitos humanos do Acre constatou nos últimos meses a queda na procura por empresários – especialmente de estados do Sul – de mão de obra haitiana.
Há quatro anos, tem ocorrido uma forte imigração de haitianos que entram, geralmente, de forma ilegal no país pelos municípios de Brasileia, fronteira com a Bolívia, e de Assis Brasil, fronteira com o Peru. Ao chegar nos municípios brasileiros, os haitianos têm vistos provisórios emitidos pela Polícia Federal
De acordo com o secretário Nilson Mourão, nos últimos dois meses, apenas uma empresa mostrou interesse em recrutar os estrangeiros. Nos meses anteriores, ocorriam cerca de 100 contratações por semana.
Ele acredita que a epidemia do ebola, em países da África, seja responsável falta de interesse do empresariado.
“Nós atribuímos isso ao fenômeno da divulgação ampla, no mundo inteiro, a respeito dos perigos do ebola. Essa deve ter sido a causa principal. De fato, já faz tempo que nenhuma empresa se apresenta para recrutar imigrantes. Nós temos procurado tomar os cuidados devidos, mas não há dúvidas que as informações que circulam diariamente nos meios de comunicação levam as pessoas a ficarem muito cautelosas”, ressaltou Mourão.
A pesquisadora Letícia Mamede acredita que os empresários estejam preferindo contratar os imigrantes alojados em São Paulo. Desde abril, o governo acriano está patrocinando a viagem dos haitianos àquele Estado.
“Hoje existe um encaminhamento desses imigrantes do Acre para São Paulo. Então, o empresariado que se dispõe a contratá-los encontra a possibilidade de procurar essa força de trabalho imigrante no centro de São Paulo, onde funciona uma estrutura de serviço público da prefeitura. Eles podem ser localizados com certa facilidade”, disse o secretário.
O padre Paolo Parise, coordenador da Casa do Migrante, em São Paulo, onde os haitianos vindos do Acre ficam instalados, confirma a informação.
“Algumas empresas comentaram que antigamente elas iam para o Acre e, agora, vem para cá, depois que ficaram sabendo que a gente oferecia esse serviço de encontro entre as empresas e imigrantes haitianos e de outras nacionalidades”.
Parise acrescentou que as empresas, geralmente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, já procuram os serviços de estrangeiros, em São Paulo, para oferecer vagas aos imigrantes haitianos. Segundo ele, algumas empresas contrataram os haitianos em 2013 e retornaram ao estado para contratar novos imigrantes.
Os haitianos começaram a migrar para o Brasil em dezembro de 2010. De lá para cá, entraram de forma irregular, pelo Acre, mais de 20 mil pessoas.
A Casa do Migrante de São Paulo, atendeu 3.231 imigrantes de de vários países, entre fevereiro e junho do ano passado. Desse total, 27% eram haitianos.