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Casos de dengue 4 aumentam risco de epidemia no RJ

De acordo com o último boletim epidemiológico, seis casos de DEN 4 foram registrados no município, nas zonas norte e oeste

O Estado registrou 2.711 casos da doença até 28 de janeiro (Wikimedia Commons)

O Estado registrou 2.711 casos da doença até 28 de janeiro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2012 às 18h45.

Rio - A confirmação dos primeiros casos de dengue tipo 4 pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro faz aumentar o risco de epidemia no Estado, onde a população não está protegida contra esse subtipo da doença. De acordo com o último boletim epidemiológico, seis casos de DEN 4 foram registrados no município, nas zonas norte e oeste. Em Niterói, no Grande Rio, exames identificaram doze casos desse subtipo, no ano passado. Hoje o governo do Estado distribuiu 40 carros para o combate à dengue em municípios do interior.

A virologista Maria Isabel Liberto, professora do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que o tipo 4 não é mais agressivo. "Mas grande parte da população já teve dengue ao menos uma vez. A segunda virose tende a ser mais agravada. A presença de anticorpos para determinado tipo de dengue pode exacerbar as reações do organismo e o novo vírus encontra condições melhores de se replicar".

Ela ressalta, no entanto, que ações que privilegiam o combate às larvas e ao mosquito (fumacê) não são suficientes. Maria Isabel defende campanhas educativas para incentivar a população a acabar com os criadouros. "A fêmea do mosquito coloca os ovos a um ou dois milímetros da água, porque o ovo não se desenvolve em contato direto com a água. Mas depois de alguns minutos, ele está pronto para eclodir. Esses locais têm de ser lavados e esfregados com esponja para a retirada desses ovos", explica.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, explica ainda que outro fenômeno pode ser responsável por grande epidemia: a reentrada do dengue tipo 1, que circulou no Rio de Janeiro nos anos 80, nas primeiras epidemias - o que significa que há grande parcela da população suscetível.

"Trabalhamos sempre com o pior cenário possível, para que não sejamos surpreendidos. Estamos certamente muito mais preparados do que em anos anteriores.", afirmou.

O Estado registrou 2.711 casos da doença até 28 de janeiro. Desse total, 1.234 ocorreram no município do Rio. "Felizmente, diferente dos outros anos, não tivemos nenhum óbito (nas primeiras semanas), ou seja, o plano de contingência de assistência tem funcionado perfeitamente, ou seja, os municípios treinaram, capacitaram suas equipes para reconhecer a dengue no primeiro momento, tratá-la adequadamente, que é com hidratação, e acompanhar os cinco primeiros dias, com exames de sangue. E principalmente cuidando e informando o paciente do risco que é ter dengue. A dengue, como todos nós sabemos, mata", afirmou o secretário de Estado Sérgio Cortes.

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