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Casarão da Paulista abrigará Museu da Diversidade

"Quem passar aqui na Paulista vai ver uma casa em mau estado, mas ela vai ser todinha restaurada para ser o Museu da Diversidade", afirmou Alckmin


	Avenida Paulista, em São Paulo: museu ficará abrigado em casarão no nº 1.919 da via
 (Caio Pimenta/Turismo em São Paulo)

Avenida Paulista, em São Paulo: museu ficará abrigado em casarão no nº 1.919 da via (Caio Pimenta/Turismo em São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2014 às 17h57.

São Paulo - Previamente cotado para ser um centro cultural voltado à Turma da Mônica, o casarão Franco de Mello, no número 1.919 da Avenida Paulista será, segundo promessa feita neste domingo, 4, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) o Museu da Diversidade Sexual. A iniciativa foi divulgada durante a coletiva de imprensa da Parada Gay, que ocorre nesta tarde na cidade.

O objetivo da medida é, segundo o governo, "a ampliação das ações culturais e outras relacionadas à preservação, estudo e difusão da memória da população LGBT paulista e brasileira". A proposta do equipamento cultural passa ainda pela valorização da diversidade sexual no Brasil "por meio de ações de pesquisa, salvaguarda e comunicação do patrimônio material e imaterial, a partir da abordagem da historicidade da população LGBT, do ativismo político e do legado sociocultural, entendendo seu importante papel como transformador da cultura brasileira", conforme a Secretaria Estadual da Cultura.

O novo museu é anunciado pela gestão Alckmin em um imóvel que sequer foi desapropriado. O governo paulista informou que ainda aguarda a imissão de posse do casarão (um dos últimos da era dos barões da Paulista) "para dar início às providências necessárias ao restauro e posterior implantação do museu".

"É a última casa da Paulista, no número 1.919. Quem passar aqui na Paulista vai ver uma casa em mau estado, mas ela vai ser todinha restaurada para ser o Museu da Diversidade", afirmou Alckmin em discurso na sede da Fecomercio, na região central. Ainda de acordo com o tucano, o prédio, que está "em péssimas condições" é privado e tombado por órgãos de defesa do patrimônio histórico.

A mansão que abrigará o centro cultural está fechado há vários anos. No fim da década passada, chegou a abrigar algumas feirinhas hippies e de adoção de animais, atividades que estão inativas hoje em dia. O prédio, em estilo eclético, foi construído em 1905 em alvenaria de tijolos, segundo a Secretaria Estadual da Cultura. Em 1921, o casarão passou por uma reforma que o ampliou - ainda assim, ele manteve-se recuado em relação à Paulista, o que permitiu a sua preservação quando do alargamento da avenida em meados do século XX.

No total, o terreno onde está o imóvel tem 2,7 mil metros quadrados e em torno de 600 metros quadrados de área construída. Ao lado, está o Parque Municipal Mário Covas, inaugurado em 2010 e que até hoje segue pouco visitado. O governo estadual não informou se a área verde da Prefeitura será integrada ao casarão.

Já o Museu da Diversidade Sexual, criado por meio de decreto em 2012, possui um espaço expositivo na Estação República do Metrô, que conecta as Linhas 3-Vermelha e 4-Amarela. Somente no ano passado, o local recebeu quase 35 mil visitantes. Quando o casarão for recuperado e reaberto, esse espaço continuará funcionando. De acordo com o governo do Estado, o museu é o primeiro do gênero criado no hemisfério sul. Em países do norte, como os Estados Unidos -- o GLBT History Museum em São Francisco -- e a Alemanha -- o Schwules Museum de Berlim --, iniciativas parecidas já foram adotadas.

Apesar do anúncio, o governo Alckmin não deu um prazo para o início das obras e da abertura do novo espaço do museu. Contudo, o governador afirmou que já vai mandar fazer o projeto excecutivo do restauro.

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